Vivo tem lucro de R$ 8,9 bilhões em 2018 com maior adição de linhas pós-pagas

Serviços digitais e venda de aparelhos impulsionam receita líquida com serviços móveis

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Loja da Vivo (Imagem: Divulgação)

O grupo Telefônica divulgou seus resultados financeiros de 2018, e os números mostram que o último ano foi bem positivo para a dona da Vivo. A operadora atingiu lucro líquido de R$ 8,871 bilhões, valor 92,5% maior do que o ano de 2017. Ela é líder em clientes móveis no Brasil e vem expandindo sua base pós-paga. A empresa também cresceu em internet fixa via fibra óptica; TV por assinatura com tecnologia IPTV; e serviços de valor adicionado.

Isolando os dados do quarto trimestre, a Vivo não apresentou crescimento expressivo: no período, a operadora lucrou R$ 1,471 bilhão, número que é 3% menor em relação ao mesmo período no ano anterior. A receita operacional líquida de serviços também caiu, chegando a R$ 10,588 bilhões.

No ano, a receita líquida de serviços caiu em 0,9%. Isso aconteceu devido aos serviços fixos, cuja receita apresentou queda de 3,8% em 2018. Enquanto isso, a receita de serviços móveis cresceu 3,3% durante o ano.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 2018 foi de R$ 17,7 bilhões, enquanto a margem EBITDA foi de 40,8%. Já o Capex (valor de investimentos) durante o ano foi de R$ 8,1 bilhões; o valor exclui gastos com licenças.

Vivo lidera em número de clientes de celular

A Vivo continua sendo líder em clientes móveis no Brasil. A operadora fechou o ano com 73,1 milhões de acessos móveis, dos quais 40,4 milhões são assinantes do pós-pago, 32,7 milhões utilizam planos pré-pagos e 8 milhões de linhas M2M (máquina a máquina, como máquinas de cartão de crédito ou rastreadores, por exemplo).

Em 2018, a operadora encolheu o número de acessos móveis em 2,4%, resultado do desligamento de linhas pré-pagas. Enquanto isso, o pós-pago aumentou 9,9% durante 2018, enquanto os acessos M2M tiveram expressivos 29,9% de crescimento.

A Vivo possui 31,9% do market share total, enquanto Claro e TIM disputam o segundo lugar. A operadora possui também o maior market share do pós-pago, com participação de 40,5%. Além disso, a operadora é líder em cobertura celular, com 4.062 municípios atendidos. A operadora atende 3.112 municípios com a 4G, sendo vice-líder na tecnologia (atrás da TIM) e possui 4.426 cidades com 3G e 3.891 cidades com 2G.

O ARPU (gasto médio mensal por usuário) geral foi de R$ 29,60, dos quais R$ 7,30 representam o serviço de voz e R$ 23,60 serviços de dados. O ARPU foi de R$ 52,50 no pós-pago; R$ 12,70 no pré-pago; e R$ 2,70 no M2M.

A receita líquida de serviços móveis em 2018 foi de R$ 27,3 bilhões. Houve queda no serviço de voz: a receita atingiu R$ 4,2 bilhões, 28,4% a menos em relação ao ano anterior. A operadora conseguiu fechar o ano positiva na interconexão, com receita de R$ 1,1 bilhão e aumento de 3,3%. Já com a venda de aparelhos, a operadora apresentou aumento de 56,5% na receita líquida, atingindo a cifra de R$ 1,6 bilhão.

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Vivo dobra receita com serviços digitais

A operadora registrou queda de receita com mensagens (18,7% a menos) e internet (9% a menos), mas isso foi compensado pelos serviços de valor adicionado. Na categoria, a Vivo conseguiu um bom resultado e cresceu 100%, atingindo receita de R$ 6,8 bilhões.

Esses serviços digitais são comumente embutidos nos planos de serviço e possuem várias diferentes finalidades, como serviço de streaming de vídeo de música, cursos de inglês, biblioteca de revistas, jogos infantis, etc.

Recentemente, a operadora firmou parceria com a Globosat para vender aos seus clientes móveis acesso ao Premiere Play, Combate Play, Telecine Play, Philos e Sexy Hot. A operadora também possui parceria com o Amazon Prime Video e Netflix.

Vivo cresce em internet por fibra óptica e IPTV

A Vivo somou 22 milhões de acessos fixos no final de 2018, com redução de 3,6% em relação ao ano anterior. A operadora justifica que a queda ocorre por conta do desempenho dos serviços de voz, que está cada vez mais em desuso, além da despriorização do serviço de TV por assinatura via satélite.

Os acessos de telefonia fixa caíram 6% e totalizaram 13 milhões em 2018. Do montante, 8,1 milhões são linhas residenciais, que encolheram 8,6% no ano. Já as linhas corporativas representam 4,4 milhões, encolhendo 1,6%. O ARPU de serviços fixos diminuiu em 15% e foi de R$ 32,90.

Já na banda larga fixa, a operadora cresceu 0,1% em 2018. Há crescentes desconexões dos usuários das tecnologias FTTC (utilizado pela antiga GVT), que perdeu 4,7% de clientes em 2018, assim como a tecnologia xDSL (usada pela Telefônica em São Paulo), que encolheu 14,7%.

Enquanto isso, os acessos com FTTH (em que a fibra vai até a casa do cliente) registraram bom desempenho, com crescimento de 46,8% em relação ao ano anterior. O ARPU de banda larga foi de R$ 62,80, número que é 11,8% maior do que o ano de 2017.

Por fim, a TV por assinatura apresentou queda de 1,3%, impulsionada pela perda de clientes que utilizam a tecnologia DTH (satélite). Nessa tecnologia, a operadora perdeu 18,2% da base e fechou o ano com 988 mil acessos.

No entanto, a tecnologia IPTV teve um bom desempenho e cresceu 52,7%, atingindo 579 mil clientes. O ARPU de TV paga foi de R$ 104,30, com um aumento de 6% em relação ao ano anterior.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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