FaceApp nega armazenar todas as fotos dos celulares de usuários

O FaceApp diz não compartilhar dados com terceiros, mas seus termos permitem enviá-los a empresas do mesmo grupo

Victor Hugo Silva
Por
• Atualizado há 2 anos e 4 meses
FaceApp

O FaceApp, que usa selfies para mostrar como você ficará no futuro, é visto por alguns como mais um aplicativo criado para violar a privacidade dos usuários. Com quase a mesma velocidade com que se tornou viral, o aplicativo teve que explicar o que faz com as fotos que recebe.

Em nota ao 9to5Mac, o FaceApp afirmou que, ao contrário de algumas suspeitas, não armazena todas as imagens salvas no celular dos usuários. “Nós fazemos o upload de apenas uma foto selecionada para edição”, diz a empresa.

Segundo o aplicativo, a imagem precisa ser enviada porque boa parte de seu processamento é feito na nuvem. “Nunca transferimos quaisquer outras imagens do telefone para a nuvem”, informa o FaceApp, em seu comunicado.

Ainda assim, a empresa mantém as fotos dos usuários na nuvem por um tempo. O FaceApp indica que, por motivos de “perfomance e tráfego”, a maioria é removida até 48 horas após o envio. “Queremos garantir que o usuário não envie a foto repetidamente para cada operação de edição”.

A empresa afirma que, apesar de sua equipe de pesquisa e desenvolvimento estar localizada na Rússia, o governo não tem acesso aos dados de usuários. “Não vendemos nem compartilhamos dados de usuários com terceiros”, diz o comunicado.

O FaceApp destaca ainda que seus recursos podem ser usados mesmo sem uma conta. “Como resultado, 99% dos usuários não fazem login; portanto, não temos acesso a nenhum dado que possa identificar a pessoa”, continua a companhia.

O FaceApp é seguro?

O principal problema do FaceApp é sua política de privacidade genérica. Nela, a empresa informa que coleta “fotos e outros materiais que você publica” no aplicativo, além de dados como a localização e o modelo do celular.

O texto também indica que o FaceApp pode compartilhar informações com empresas do mesmo grupo ou afiliados, mas não detalha quem eles seriam. O aplicativo, que pode ser baixado gratuitamente e oferece opções pagas, não possui nenhum elemento malicioso, segundo especialistas da Kaspersky.

“A foto é enviada para os servidores do app que fazem a modificação e enviam de volta para o usuário”, diz o analista sênior de segurança da Kaspersky, Fabio Assolini. “Tudo muito normal”. Apesar disso, o especialista não garante que o FaceApp esteja livre de riscos.

“Por utilizar inteligência artificial para fazer as modificações a partir do reconhecimento facial, a empresa dona do app pode vender essas fotos para empresas desse tipo, além desses dados facilmente caírem nas mãos dos cibercriminosos e serem utilizados para falsificar nossas identidades”.

Em casos como o do FaceApp, a Kaspersky sugere verificar se o aplicativo está realmente disponível em lojas oficiais. A empresa também recomenda a leitura dos termos de privacidade e uma análise sobre as permissões solicitadas pelo aplicativo.

Receba mais sobre FaceApp na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

Relacionados