iPhone 11, 11 Pro e Pro Max dos EUA não funcionam no 4G de 700 MHz do Brasil

iPhone 11 vendido na Europa é compatível com 4G de 700 MHz; nenhum modelo do Apple Watch Series 5 tem essa frequência

Lucas Braga
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• Atualizado há 7 meses
iPhone 11 Pro Max

A Apple revelou hoje os novos iPhone 11, iPhone 11 Pro e iPhone 11 Pro Max; quem planeja comprar um deles nos Estados Unidos ou Canadá deve se atentar para o fato de que o aparelho comercializado nessas regiões não é compatível com a banda 28 do 4G, que corresponde à faixa de 700 MHz adotada pelas operadoras brasileiras. Por sua vez, nenhuma variante do Apple Watch Series 5 terá suporte a essa frequência.

Os modelos A2111 (iPhone 11), A2160 (iPhone 11 Pro) e A2161 (iPhone 11 Pro Max) serão vendidos nos EUA, Canadá, Porto Rico e Ilhas Virgens Americanas. Eles funcionarão com o 4G do Brasil, mas apenas nas bandas 1 (2.100 MHz), 3 (1.800 MHz), 5 (850 MHz) e 7 (2.600 MHz), além das tecnologias 3G e 2G. O mesmo acontece com os modelos A2223 (iPhone 11), A2217 (iPhone 11 Pro) e A2220 (iPhone 11 Pro Max), que serão vendidos na China e Hong Kong.

Para ter acesso a todas as frequências, será necessário adquirir os modelos A2221 (iPhone 11), A2215 (iPhone 11 Pro) ou A2218 (iPhone 11 Pro Max), que usam o padrão europeu e são compatíveis com a banda 28. Esse impedimento também aconteceu quando a Apple lançou o iPhone XS, iPhone XS Max e iPhone XR no ano passado.

Nas principais cidades, as operadoras Claro, TIM e Vivo atuam tanto com 700 MHz como em outras frequências. Isso significa que o iPhone americano continuará funcionando com o 4G brasileiro, mas não necessariamente terá a mesma qualidade de sinal de outros smartphones.

Quem usa Oi não precisa se preocupar com isso: a operadora não adquiriu licença de uso dessa frequência quando houve o leilão da Anatel. As sobras de 700 MHz deverão aparecer no leilão de 5G que ocorrerá no próximo ano, e Claro, TIM e Vivo não poderão arrematar o espectro.

Apple Watch dos EUA funciona com 4G do Brasil

Apple Watch Series 5

Uma grande surpresa do novo Apple Watch Series 5 é que o modelo dos EUA contém as frequências utilizadas no 4G brasileiro. Tanto o modelo americano como o europeu funcionam nas bandas 1 (2.100 MHz), 3 (1.800 MHz), 5 (850 MHz) e 7 (2.600 MHz).

Nenhuma variante do Apple Watch Series 5 suporta a frequência de 700 MHz do padrão brasileiro (banda 28). No caso da tecnologia 3G, ambos os modelos funcionam com 850 MHz e 2.100 MHz, que são as faixas usadas no Brasil.

Por que a frequência de 700 MHz é importante

Uma das maiores vantagens da faixa de 700 MHz é a cobertura. Frequências baixas possuem maior penetração de sinal, ao contrário das frequências mais tradicionais, como 1.800 MHz e 2.600 MHz. Sendo assim, as operadoras precisam de menos antenas para cobrir mais áreas. A penetração de sinal dos 700 MHz chega a ser maior do que das redes 2G e 3G e também favorece a cobertura indoor.

Por conta da melhor cobertura, cidades do interior e estradas são mais prováveis de ter o 4G em 700 MHz e não possuir sinal em outras frequências. Quem transita nesses lugares são os maiores prejudicados pela ausência da banda 28 no novo iPhone.

Num futuro próximo, é bem provável que o 4G de 700 MHz esteja presente onde houver cobertura celular. Mas é importante frisar que esse tipo de implementação não significa que as outras frequências serão desligadas: elas continuam sendo muito importante por possuírem maior capacidade de usuários simultâneos, o que é útil em áreas movimentadas como shoppings, aeroportos e outras áreas com maior tráfego de pessoas.

Nessas áreas, as operadoras fazem a agregação de portadoras (também chamado de 4G+ ou 4,5G), que junta o sinal de 4G de diferentes bandas para entregar maiores velocidades. Por esse motivo, é bem improvável que as outras frequências sejam desligadas no futuro.

De acordo com a entidade TV Perfeita, responsável pelo processo de migração da TV analógica para a digital, a faixa de 700 MHz já foi liberada em 3.396 municípios em julho de 2019. No entanto, isso não significa que todas as cidades já usam o 4G nessa frequência.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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