Desmanche do Huawei Mate 30 Pro mostra peças modulares e pouca cola

Huawei Mate 30 Pro não é tão complicado de reparar e adota parafusos com formato padrão

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Huawei Mate 30 Pro

Mesmo com as sanções dos Estados Unidos, a Huawei começou a vender o Mate 30 Pro em alguns mercados, junto com o dobrável Mate X. Ele possui tela de 6,53 polegadas com laterais curvadas, câmera traseira quádrupla com a grife da Leica e bateria de 4.500 mAh com carregamento de 40 watts. Como de costume, o iFixit tratou de desmontar o celular — e descobriu que o reparo não é tão complicado.

O processo de desmanche do Huawei Mate 30 Pro é como o de quase qualquer topo de linha atual: o vidro traseiro é colado na moldura de alumínio, então é preciso aplicar calor, inserir palhetas de apoio nas bordas e, por fim, levantar a tampa. O iFixit gostou do fato de que o vidro saiu ileso e que não há cabos frágeis colados na traseira, como os que ligam os módulos de câmera e carregamento wireless. Além disso, todos os parafusos são padrões, não exigindo nenhuma chave proprietária.

Huawei Mate 30 Pro

Dentro do celular, é possível encontrar uma bateria de 3,85 volts com potência total de 17,32 watt-hora, mais que os 16,04 Wh do P30 Pro. Já as câmeras usam principalmente sensores da Sony: um IMX600 de 40 megapixels na principal, um IMX608 de 40 megapixels na cinemática, um IMX316 para reconhecimento de profundidade 3D e um OmniVision OV08A10 que tira fotos com a teleobjetiva de 3x de zoom.

Se quatro câmeras na traseira já surpreendem, o que poderíamos dizer de mais três na frontal? A câmera de selfie tem um sensor Sony IMX616 de 32 megapixels, mas também acompanha um minúsculo IMX332 de 2,4 megapixels para reconhecimento de gestos e um IMX516 para detectar profundidade em recursos como desbloqueio facial e efeito de desfoque de fundo em retratos. Quanta coisa!

Huawei Mate 30 Pro

Esse tanto de câmeras é na frente

Peças como porta USB-C, placa para chips de operadora, alto-falante e leitor de impressões digitais óptico sob a tela são modulares, então podem ser substituídos de forma independente, facilitando os reparos. Tudo se liga a uma placa com o processador Huawei Kirin 990, uma memória LPDDR4X de 8 GB da SKHynix, uma memória flash de 256 GB da Toshiba e muitos módulos de comunicação da HiSilicon (em qualquer outra marca, certamente veríamos um monte de peças da Qualcomm).

Um componente curioso é o alto-falante de chamadas. O Mate 30 Pro não possui a grade típica para deixar o som passar. Em vez disso, há uma peça que vibra a tela para emitir áudio — o P30 Pro também era assim, e a tecnologia funcionava bem. O iFixit gosta do truque, mas afirma que esta é mais uma peça para se preocupar durante uma troca de tela e, se você quebrar o display, pode ter problemas com a qualidade sonora.

Huawei Mate 30 Pro

Com cola na traseira e na tela, mas trazendo muitos componentes modulares, parafusos em formato padrão, o índice de reparabilidade do Huawei Mate 30 Pro foi de 5/10. Ele é mais fácil de consertar que o Galaxy Note 10+ (4/10), mas mais difícil que o iPhone 11 Pro Max (6/10). Você pode ver as entranhas do topo de linha da Huawei no site do iFixit.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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