Dados de 2,4 milhões de usuários de câmeras de segurança estavam expostos

Wyze faz produtos acessíveis de casa conectada e estava com banco de dados aberto para qualquer um

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
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Eis um problema da internet das coisas: quando tudo está conectado, tudo fica mais vulnerável. A Wyze, empresa que vende câmeras de segurança, tomadas inteligentes e lâmpadas conectadas de baixo custo, tinha uma falha em sua plataforma que permitiu o acesso indevido a dados de 2,4 milhões de usuários.

A vulnerabilidade foi descoberta pela consultoria de segurança Twelve Security, que afirma nunca ter “encontrado uma brecha dessa magnitude”. O problema estava nos bancos de dados de produção da empresa, que “foram deixados inteiramente abertos à internet”. Isso deixou expostos dados como nomes de redes Wi-Fi, tokens de acesso à Alexa e até medidas corporais de usuários.

A descoberta chama atenção porque todos os 2,4 milhões de usuários afetados são de fora da China, e há indicações de que os dados são enviados para a nuvem da gigante chinesa Alibaba. “Se isso foi espionagem intencional ou negligência grave, continua sendo uma ação maliciosa que deve ser respondida na forma de uma investigação decisiva, externa e rápida pelas autoridades dos EUA”, diz a consultoria.

Wyze Cam V2

Entre os dados vazados estão nomes de usuário, e-mails, lista de todas as câmeras associadas à conta, nomes de redes Wi-Fi (SSID), data e horário de login, tokens de acesso aos aplicativos móveis (Android e iOS) e 24 mil tokens de acesso à Alexa, para os que integraram as câmeras de segurança da Wyze à plataforma da Amazon.

Informações de saúde de uma parcela dos usuários também teriam sido alvos do vazamento, incluindo altura, peso, gênero, densidade óssea, massa óssea e ingestão diária de proteínas, de acordo com a Twelve Security.

Em nota, a Wyze confirmou que uma brecha de segurança entre os dias 4 e 26 de dezembro de 2019 deixou os dados de usuários expostos. Segundo a empresa, um erro cometido por um funcionário resultou na remoção de protocolos de segurança de um dos bancos de dados, que “continha apenas uma porção dos dados”.

A empresa diz que já revogou os tokens de acesso à Alexa e aos aplicativos móveis, o que exigirá que os usuários refaçam as integrações e logins; e confronta algumas das descobertas da Twelve Security. Segundo a Wyze, os dados não são enviados para o Alibaba Cloud, e não há coleta de dados de densidade óssea ou ingestão de proteínas mesmo para beta testers.

Com informações: CNET.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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