Operadoras fazem acordo para evitar interferência do 5G na TV via parabólica

Operadoras e emissoras de TV aberta via satélite concordaram em instalar filtro nas antenas parabólicas

Lucas Braga
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• Atualizado há 6 meses
Imagem: albertoadan/Pixabay

Uma das principais discussões sobre o 5G no Brasil era sobre possíveis interferências da nova tecnologia com a TV aberta via satélite (TVRO): as emissoras de televisão e as operadoras de telefonia entraram em acordo para manter a convivência entre os dois serviços. Estima-se que existam 12,5 milhões de parabólicas sintonizando canais da banda C no país.

O leilão da Anatel prevê a utilização da frequência de 3,5 GHz com 200 MHz de capacidade. Isso gerou um medo nas emissoras de TV via satélite, que utilizam a banda C (3,8 GHz a 4,3 GHz) para distribuir conteúdo principalmente no interior do país e em áreas mais remotas.

Por isso, será adotada uma solução técnica mantendo a TV via satélite na Banda C. Para evitar interferências, as operadoras não poderão utilizar 100 MHz dentro da faixa entre 3,7 GHz a 3,8 GHz; trata-se de algo chamado “banda de guarda”.

Ainda assim, é possível que as antenas parabólicas precisem adotar novos modelos de filtros LNBF, que ficam casas dos telespectadores. O filtro pode ser trocado individualmente, sem substituir a antena inteira. Ele talvez seja distribuído pelas operadoras de TV, similar ao que ocorreu durante o desligamento da TV analógica.

Nos próximos meses, serão realizados testes complementares de campo pelo CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento) para confirmar os resultados obtidos até o momento.

O acordo foi divulgado em uma nota conjunta da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) e SindiTelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia).

Acordo evita custos de migração para banda Ku

Uma das principais alternativas consideradas pelas emissoras era a migração da TV aberta por satélite para a banda Ku (acima dos 10 GHz). O problema é que o custo seria bastante elevado: além de satélites em posições orbitais diferentes, seriam necessários novos modelos de antena, filtros e receptores.

O SindiTelebrasil estima que o custo de distribuição de kits de banda Ku geraria um custo de R$ 7,75 bilhões para as operadoras, enquanto os novos filtros para os donos de antenas parabólicas geraria uma despesa 94% menor no valor de R$ 455,7 milhões.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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