WhatsApp diz que sofreu ataque de espionagem com servidores americanos

O Facebook, dono do mensageiro, acusa a NSO Group de ter violado lei dos EUA sobre cibercrimes

Victor Hugo Silva
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
WhatsApp (imagem: Pixabay)

O Facebook entrou na Justiça contra a israelense NSO Group devido ao malware Pegasus. A empresa de Mark Zuckerberg alega que a dona do arquivo malicioso realizou ataques contra usuários do WhatsApp por meio de servidores americanos, o que viola a Lei de Fraude e Abuso de Computadores dos Estados Unidos.

Segundo o Facebook, a NSO Group usou o servidor da empresa QuadraNet, de Los Angeles, mais de 700 vezes entre abril e maio de 2019 para invadir celulares por meio do WhatsApp. A empresa de vigilância também teria usado um servidor da Amazon nos EUA.

O processo contraria alegações da companhia de vigilância de que não opera nos EUA e que seu malware não consegue invadir celulares em território americano. A acusação também questiona as afirmações da empresa israelense de que presta serviços somente para governos.

Em sua ação, o Facebook diz que a NSO Group não é capaz de apresentar um só cliente governamental e sugere que isso seja somente uma tentativa de obter imunidade jurídica. Se os ataques com servidores americanos forem provados, a empresa de vigilância terá um cenário bastante complicado pela frente.

A proprietária do Pegasus já é investigada pelo FBI, que pretende saber se houve invasões a celulares de cidadãos americanos e se elas ocorreram com a ajuda de alguém nos EUA. O malware Pegasus consegue ativar o microfone e a câmera do celular, além de vasculhar mensagens e obter dados de localização sem que a vítima perceba.

As acusações contra a NSO Group são conhecidas há bastante tempo. Além do processo do Facebook, o malware da empresa é apontada como o responsável pelo ataque ao celular do CEO da Amazon, Jeff Bezos, que teria sido realizado pelo príncipe herdeiro da Árabia Saudia, Mohammed binSalman.

Com informações: Engadget, CyberScoop.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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