Alphabet (Google) já opera internet por balões no Quênia

Balões da Loon (divisão da Alphabet) disponibilizam acesso à internet no Quênia em parceria com operadora móvel local

Emerson Alecrim
Por
• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Balão Loon

Há dois anos, a Alphabet (empresa-mãe do Google) fechou uma parceria com a operadora Telkom Kenya para disponibilizar internet no Quênia por meio dos balões do Project Loon. Parecia que o assunto tinha morrido ali, mas a verdade é que a iniciativa avançou (a passos lentos, mas avançou): nesta semana, os balões entraram oficialmente em operação.

Os balões do projeto já foram usados, por exemplo, para oferecer acesso temporário à internet nas áreas de Porto Rico que foram atingidas pelo furação Maria, em 2017. No Quênia, a iniciativa segue um modelo de operação ligeiramente diferente: o serviço é oferecido por meio de um acordo comercial, por isso, tende a ser permanente.

Basicamente, a Telkom Kenya oferece o serviço de internet. Já a Alphabet cuida, por meio da divisão Loon, da distribuição desse sinal a partir dos balões. A ideia é atender a áreas que não têm cobertura adequada de torres de telefonia celular. Como a expansão dessas torres não é uma operação simples no Quênia, principalmente em áreas rurais, cabe aos balões preencher as lacunas deixadas pelas redes móveis tradicionais.

Loon - Telkom Kenya

Ao pensarmos em serviços de internet providos por balões podemos imaginar conexões lentas ou bastante limitadas. Mas não é o que acontece: a Loon aponta que as velocidades médias de download e upload do serviço durante os testes foram, respectivamente, de 18,9 Mb/s (megabits por segundo) e 4,74 Mb/s. Já a latência registrou média de 19 ms.

Graças a esses números, é possível usar o serviço para mensagens de voz, streaming de vídeo, navegação web e várias outras atividades que são comuns em conexões convencionais.

Estima-se que Loon e Telkom Kenya estejam conseguindo cobrir uma área de aproximadamente 50 mil quilômetros quadrados. Cerca de 35 balões dão conta da operação. Para evitar pontos de cobertura insuficiente ou instabilidade no serviço, um sistema baseado em aprendizagem de máquina orienta a movimentação dos balões.

Não dá para dizer que o serviço será funcional o tempo todo. Ventos fortes, por exemplo, podem atrapalhar a distribuição de sinal. Por outro lado, a rede da Loon oferece flexibilidade: é possível mover balões para áreas que experimentam uma alta repentina de demanda ou para substituir um balão defeituoso.

Mais unidades serão adicionadas à rede para reforçar o serviço, o que faz bastante sentido: na fase de testes, a Loon conseguiu oferecer internet a 35 mil usuários no Quênia, mas, como o serviço foi lançado oficialmente, esse número deve crescer consideravelmente nas próximas semanas.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Relacionados