H.266 (VVC): entenda o codec de vídeo do futuro que pode substituir o HEVC

VVC (Versatile Video Coding) é um formato de compressão de próxima geração que pode substituir o H.265; saiba mais sobre o codec

Felipe Ventura Paulo Higa
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Codec H.266 ou VVC (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O H.266, também conhecido como VVC (Versatile Video Coding), é um codec de compressão de vídeo com suporte a 4K, 8K, 16K e streaming em 360 graus usando 50% menos dados que o antecessor H.265. Foi lançado pela JVET (Joint Video Experts Team) em 2020.

Quando surgiu o formato H.266?

O VVC foi lançado em 2020 com o objetivo de utilizar 30% a 50% menos armazenamento que o antecessor H.265 para a mesma qualidade de imagem. Ele é uma resposta ao AV1, que também é mais eficiente que o H.265, mas tem código aberto.

O H.266 se chama “Codificação Versátil de Vídeo” porque foi criado para diferentes usos, desde baixas resoluções até 4K, 8K e 16K, em várias taxas de bits, e com suporte a HDR e vídeo imersivo em 360 graus.

Quais tipos de vídeos usam H.266?

A adoção do H.266 ainda é pequena, mas o codec pode se tornar um padrão para streaming de vídeo, de acordo com a plataforma de livestreaming Dacast, por fornecer suporte a 4K, 8K, 16K e outras tecnologias.

O padrão TV 3.0, a ser lançado no Brasil em 2024 pelo SBTVD (Sistema Brasileiro de Televisão Digital), adotará o codec MPEG-I VVC para transmissão de TV aberta.

Como funciona o codec H.266?

O H.266 realiza compressão do vídeo analisando cada quadro para encontrar redundâncias. Por exemplo, o codec consegue detectar o espaço em que o céu não muda ao longo do tempo, e manter somente a informação de que aquela parte da imagem se repete, assim utilizando menos armazenamento.

O H.266 é um codec híbrido: ele compara diferentes blocos de pixels chamados CTUs (unidades de codificação em árvore), conforme estudo publicado na revista científica Sensors.

O codec divide cada quadro do vídeo em retângulos, com proporção entre 1:2 e 1:8 entre a largura e altura em pixels. Esses retângulos são comparados entre si para detectar quais se repetem.

O VVC exige bastante poder computacional porque precisa analisar todos os retângulos possíveis que o codec pode gerar.

Quais são as vantagens do H.266?

  • Compressão mais eficiente: o H.266 requer 5 GB para armazenar um vídeo 4K de 90 minutos; enquanto isso, o H.265 exige cerca de 10 GB para atingir a mesma qualidade, de acordo com o Instituto Fraunhofer.
  • Suporte a resolução 16K: o H.266 pode ser usado para codificar vídeos em 16K, contra o máximo (sem plugins personalizados) de 8K no H.265 e 4K no H.264;
  • Versatilidade: o H.266 pode ser usado para vídeos em 16K ou em baixa definição, SDR ou HDR, com diferentes profundidades de cor;
  • 4K em mais lugares: o VVC pode ser usado para transmitir vídeo 4K em mais casos, incluindo videochamadas, streaming de vídeo imersivo em 360 graus, streaming de jogos, e realidade virtual.

Quais são as desvantagens do H.266?

  • Exige pagamento de royalties: o H.266 é um formato proprietário que exige uma licença para ser implementado, diferente do AV1, que é um padrão open source;
  • Licenciamento caro e complicado: existe mais de um pool de patentes que pode ser licenciado. A VVC Advance cobra até US$ 60 milhões por ano, enquanto a Via Licensing Alliance tem royalties anuais de até US$ 30 milhões;
  • Exigência de hardware: tocar vídeos H.266 exige mais poder computacional que o H.265, por isso terá que esperar por suporte a decodificação via hardware para ganhar espaço;
  • Codificação lenta: a codificação de vídeos em VVC leva 10 vezes mais tempo que com o codec HEVC, de acordo com a Muvi, plataforma de vídeo.

Quais são as alternativas ao H.266?

Qual a diferença entre H.266 e AV1?

O H.266 atinge qualidade de imagem semelhante ao AV1 consumindo até 35% menos espaço, segundo testes da BBC; sua desvantagem é exigir licenciamento e pagamento de royalties. O AV1 foi criado para ser um codec eficiente e de código aberto.

Qual a diferença entre H.266 e H.265 (HEVC)?

Como vantagem, o H.266 cria vídeos 30% a 50% menores com mesma qualidade de imagem que o H.265 (HEVC); como desvantagem, o H.266 é compatível com menos dispositivos e sistemas.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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