Facebook remove 22,5 milhões de posts com discurso de ódio

Sob forte pressão de marcas e usuários, rede social reforça tecnologia para moderação de conteúdo

Ana Marques
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Facebook em um Android (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

O Facebook removeu 22,5 milhões de posts com discurso de ódio entre os meses de abril e junho de 2020 – número que dobrou em relação ao primeiro trimestre deste ano. O aumento é devido à melhoria da tecnologia de automação da plataforma, que agora consegue atuar de forma mais ampla sobre conteúdo em inglês, espanhol e birmanês.

De acordo um relatório divulgado pela rede social nesta terça (11), 95% das publicações removidas por violarem as políticas sobre discurso de ódio foram identificadas de forma proativa. Isto é, sem a necessidade de alerta por parte dos usuários.

O número de posts removidos para combater esse tipo de conteúdo no Instagram também subiu: de  808,9 mil, no primeiro trimestre, para 3,3 milhões no segundo – o que foi impulsionado pela expansão das tecnologias de detecção proativa em inglês e espanhol.

Em contrapartida, o relatório revela queda no número de posts analisados por conter mensagens de suicídio e automutilação. “Com menos revisores de conteúdo [devido à Covid-19], removemos um número menor de conteúdos relacionados a automutilação e suicídio no Facebook e no Instagram, e relacionados a nudez infantil e exploração sexual de crianças no Instagram. Apesar dessas reduções, priorizamos e tomamos medidas sobre conteúdos mais graves dentro dessas categorias”, explica o Facebook.

Atualização de políticas inclui novos tipos de discurso de ódio

A empresa anuncia ainda uma atualização em suas políticas, incluindo tipos mais específicos de discurso de ódio. Como exemplo para a mudança, o Facebook citou o combate ao conteúdo de teor racista blackface e a estereótipos sobre judeus.

“Desde outubro de 2019, conduzimos 14 desmembramentos estratégicos de rede para remover 23 diferentes organizações banidas, das quais mais da metade apoiavam a supremacia branca”, informa o relatório.

Nova frequência para prestação de contas

O report do Facebook passou a ter frequência trimestral após os boicotes sofridos em protesto aos posts nocivos que inundaram a rede social nos últimos tempos, mas não contempla algumas questões mais polêmicas – como uma resposta à reportagem da NBC News que expõe grupos e páginas dedicados à QAnon, uma organização conspiracional de extrema direita.

Cabe lembrar que a moderação de conteúdo por parte de empresas de tecnologia é um assunto em alta no Brasil. Por aqui, a pauta é abordada pelo PL 2630/2020 (ou PL das fake news), em discussão no Congresso, que deve avançar com maior rapidez, de acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Com informações: Bloomerg e Facebook

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Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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