Uber pode suspender serviço na Califórnia se tiver que tratar motoristas como funcionários

O serviço da Uber na Califórnia pode ser interrompido até novembro, quando eleitores votarão se lei trabalhista vale para motoristas de apps

Victor Hugo Silva
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Escritório da Uber (Imagem: divulgação/Uber)

O CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, afirmou que a empresa pode interromper seu serviço na Califórnia por alguns meses se a Justiça não reverter a decisão que a obriga tratar motoristas como funcionários a partir de 20 de agosto. Em entrevista à MSNBC, o executivo afirmou que respeita a ordem judicial, mas alegou que a companhia não consegue se adaptar a tempo ao que foi determinado.

Antes da medida entrar em vigor, a Uber deve pedir para a decisão ser revisada. “Se o tribunal não reconsiderar, então, na Califórnia, é difícil acreditar que seremos capazes de mudar nosso modelo para um de emprego em tempo integral rapidamente”, afirmou Khosrowshahi. “Então, acho que a Uber vai interromper por um tempo [os serviços no estado]”.

A pausa duraria até novembro, quando os eleitores da Califórnia decidirão se motoristas e entregadores de aplicativos devem ser considerados prestadores de serviço. Se indicarem que sim, a categoria não ficaria sujeita à chamada Assembly Bill 5 (AB5), uma lei trabalhista da Califórnia que entrou em vigor no início deste ano e garante direitos como salário mínimo, compensação de horas extras e períodos de descanso remunerado.

Por outro lado, se eleitores californianos entenderem que motoristas e entregadores devem ter os direitos da AB5, a Uber teria que se adequar ao novo cenário. Khosrowshahi afirmou à MSNBC que a empresa levaria uma quantidade significativa de tempo para migrar ao modelo de tempo integral e já tem profissionais tratando disso caso o recurso não seja aceito.

“Gostaríamos de voltar às ruas o mais rápido possível”, afirmou. Segundo ele, se a Justiça da Califórnia não reverter a liminar, a empresa será bem diferente na região. “Você teria um serviço muito menor, preços muito mais altos e provavelmente um serviço que se concentra no centro das cidades em vez de um monte de cidades menores ou subúrbios que operamos no momento”.

Khosrowshahi defende um modelo híbrido que garanta alguma proteção, mas mantenha os motoristas como prestadores de serviços. O executivo afirma que trabalhadores do serviço preferem manter a flexibilidade e argumenta que a suspensão do serviço seria lamentável em “um momento histórico de desemprego na Califórnia”. Além da Uber, a liminar concedida pela Justiça californiana também obriga a Lyft a tratar motoristas como funcionários.

Com informações: CNBC.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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