TikTok evita bloqueio graças a acordo com Oracle e Walmart

Oracle e Walmart ficarão com 20% do TikTok em acordo apoiado por Donald Trump; WeChat também evita bloqueio

Emerson Alecrim
Por
• Atualizado há 2 anos e 4 meses
TikTok no iPhone (Imagem: Kon Karampelas/Unsplash)

Era para o TikTok ter sido bloqueado no último domingo (20) nos Estados Unidos, mas, aos 45 do segundo tempo, um acordo entre ByteDance (empresa chinesa dona da rede social), Oracle e Walmart evitou o pior, pelo menos por ora. A parceria entre as três companhias recebeu apoio do presidente Donald Trump.

Ainda há detalhes sobre o acordo a serem revelados, mas as primeiras informações indicam que uma entidade com sede nos Estados Unidos será criada para permitir o controle conjunto do TikTok. Ela gerará 25 mil empregos no país.

80% do TikTok Global, como a nova organização foi batizada, ficará nas mãos da ByteDance. Os 20% restantes serão compartilhados entre Oracle e Walmart.

Chama atenção o fato de, inicialmente, o Walmart ter apoiado a compra do TikTok pela Microsoft. Tudo indica que, como a ByteDance não aceitou a proposta, o Walmart correu para se juntar ao nome que apareceu nessa história logo depois: Oracle.

Basicamente, a Oracle fornecerá estrutura nas nuvens para o TikTok e cuidará dos dados de usuários americanos na rede social. Já o Walmart levará para a plataforma a sua tecnologia de comércio eletrônico e publicidade.

Mas é cedo para falarmos em final feliz. Ao comentar o acordo, Trump sinalizou que a nova entidade será controlada por americanos e resultará no pagamento de US$ 5 bilhões em impostos ao governo dos Estados Unidos. No entanto, a ByteDance já assumiu uma postura de “não é bem assim”.

Oracle

Para começar, a companhia declarou que os tais US$ 5 bilhões são apenas uma estimativa do total de impostos que o TikTok Global pagará no decorrer dos próximos anos se o negócio vingar.

Além disso, a ByteDance informou que manterá o controle sobre os algoritmos da plataforma. A Oracle até poderá ter acesso ao código-fonte do serviço, mas de modo limitado, apenas para checagens de segurança.

Como a administração Trump acusa o TikTok de atuar como ferramenta de espionagem do governo chinês, o controle majoritário do TikTok Global pela ByteDance pode não ser suficiente para afastar de vez o risco de bloqueio do aplicativo nos Estados Unidos.

Aguardemos os próximos capítulos.

WeChat também se salva

Na semana passada, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos declarou que, além do TikTok, o WeChat — serviço de mensagens bastante popular na China — também seria banido no domingo. No entanto, um processo judicial movido por usuários da plataforma impediu o bloqueio.

Eles alegam que a restrição entraria em conflito com a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que garante a liberdade de expressão. Isso porque, para muitos usuários da comunidade chinesa estabelecidos no país, o WeChat é o único meio viável de comunicação por mensagens.

WeChat iPhone (Foto: Bruno Gall De Blasi/Tecnoblog)

Há duas razões principais para isso: o aplicativo não é bloqueado na China; mesmo vivendo nos Estados Unidos, muitos membros dessa comunidade têm pouca fluência em inglês e, por isso, recorrem ao WeChat para comunicação com amigos e familiares.

Para Laurel Beeler, juíza de um tribunal da Califórnia que atendeu à ação, há poucas evidências de que o banimento do WeChat seria significativo para a segurança nacional dos Estados Unidos. Além disso, ela argumenta que há alternativas mais adequadas para isso do que o bloqueio geral, como barrar o aplicativo apenas em dispositivos governamentais.

Com informações: TechCrunch, CNBC, Bloomberg, Android Police.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Relacionados