Qualcomm se une ao Google para suportar 4 versões do Android

SoCs lançados com Android 11 suportarão 3 atualizações de versão do sistema operacional e 4 anos de patches de segurança

Ana Marques
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Android 11 (Imagem: Google)
Android 11 (Imagem: Divulgação/Google)

O Google anunciou, nesta quarta-feira (16), que todos os processadores da Qualcomm lançados com Android 11, a começar pelo Snapdragon 888, terão suporte a três atualizações de versão do sistema. Além disso, os SoCs também poderão receber updates de segurança por até quatro anos, o que deve prolongar a vida útil de muitos smartphones no futuro.

Atualmente, esse cenário já é visto nos smartphones avançados da Samsung – a fabricante oferece updates por até três anos. O Galaxy S10, lançado com Android 9 Pie, por exemplo, tem garantia de atualização ao Android 12 – totalizando 4 versões do sistema.

Até então, os chips da Qualcomm recebiam suporte a duas ou três versões do Android por padrão. A mudança deve possibilitar que mais fabricantes ofereçam atualizações por mais tempo a seus smartphones.

Um efeito colateral do Project Treble

A mudança comunicada hoje tem relação com o Project Treble, anunciado em 2017. O plano inicial era acelerar a chegada de novas versões do sistema aos celulares – para isso, o Google fez uma reestruturação de determinadas partes do Android com a finalidade de facilitar a atualização para as OEMs.

Com o Treble, a cada nova versão do Android, são publicadas imagens genéricas do sistema (GSIs) com garantia de compatibilidade retroativa com as três versões anteriores de implementação do fornecedor. Dispositivos lançados com a nova versão do Android precisam ter implementações de fornecedor compatíveis com a GSI, o que reduz a fragmentação na estrutura do sistema operacional.

No entanto, o processo acabou impactando a forma com a qual os fabricantes de chipsets, como a Qualcomm, devem desenvolver seus produtos para que eles ofereçam suporte a múltiplas versões do sistema.

Para resolver tal “efeito colateral”, Google e Qualcomm trabalharam lado a lado durante o último ano, como explica o trecho do comunicado, a seguir.

Tínhamos que estender o princípio de não retroatividade aos SoCs, bem como aos dispositivos. Com essa mudança, o provedor de SoC seria capaz de oferecer suporte ao Android com as implementações do mesmo fornecedor em seus SoCs para lançamentos de dispositivos, bem como atualizações.

Durante o ano passado, trabalhamos muito para implementar essa solução. Com base em nossa profunda colaboração com nossos colegas da Qualcomm, hoje estamos anunciando os resultados desse trabalho. No futuro, todas as novas plataformas móveis da Qualcomm que aproveitam o princípio de não retroatividade para SoCs oferecerão suporte a 4 versões do sistema operacional Android e 4 anos de atualizações de segurança.

O Google também passou a reutilizar o mesmo software de estrutura do sistema operacional em vários chips da Qualcomm para reduzir o número de combinações entre estas estruturas e as implementações de fornecedor que os SoCs devem suportar, tornando o processo mais rápido e barato.

Quando veremos o impacto da mudança?

Provavelmente, poderemos colher os resultados dessa mudança a partir de 2025, já que os primeiros smartphones com Snapdragon 888 serão lançados no próximo ano. Além disso, a “novidade” não garante que todas as fabricantes com SoCs compatíveis disponibilizem as atualizações por tanto tempo logo de imediato – apenas abre a possibilidade para que isso aconteça.

De todo modo, a colaboração de grandes empresas da indústria de smartphones é interessante para o Google na luta contra o rival iOS. Vale lembrar que a Apple está bem à frente neste quesito, oferecendo atualizações para iPhones por cinco anos (e às vezes mais).

Com informações: Google, Android Police e XDA Developers

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Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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