Sony vende telas MicroLED para cenários como em Mandalorian

As telas Crystal LED em MicroLED da Sony utilizam processador X1, trabalham com 120 fps e HDR em imagens que podem ser 3D

André Fogaça
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Tela MicroLED da Sony é focada no cinema (Imagem: divulgação/Sony)

Tela MicroLED da Sony é focada no cinema (Imagem: divulgação/Sony)

A Sony divulgou duas novas telas, desta vez feitas de MicroLED, focadas em público corporativo que pode utilizar os modelos em cenários virtuais e que são chamadas de Crystal LED C-Series e B-Series. Este tipo de consumo ficou famoso com a solução adotada pelo seriado The Mandalorian, onde parte considerável do fundo era exibido em enormes painéis de LED.

A marca japonesa pega carona em algo semelhante e que vem sendo adotado recentemente pela Samsung para telas MicroLED: elas são modulares. Isso significa que um painel pode ter quase qualquer tamanho e formato, desde que respeitados os limites para empilhar cada bloco. O objetivo da empresa não está em tornar sua parede em uma TV gigantesca, mas sim nos estúdios de cinema e lojas.

O uso mais conhecido deste tipo de tela é em The Mandalorian, da Disney. Neste seriado boa parte do cenário produzido é exibido com uma imensa tela. Existem duas grandes vantagens para adotar este gigantesco display: luz e atuação.

O cinema, quando quer criar algo impossível de ser produzido dentro do estúdio, costuma utilizar painéis verdes para adicionar o fundo na edição. Este processo funciona muito bem, mas a luz não é emulada da mesma forma. Essa limitação obriga o diretor a posicionar lâmpadas para emular a iluminação que afetaria o personagem, como se ele realmente estivesse no cenário criado pela equipe de animação gráfica.

Outro aspecto da luz é o reflexo: imagine que o filme fala sobre uma pessoa no deserto. Além de fazer o fundo verde virar areia amarela, qualquer reflexo de verdade em partes brilhantes precisa ser refeito digitalmente.

A atuação também é afetada, já que os atores da cena podem olhar para o cenário virtual na frente dos olhos. Ele não é tridimensional, mas já ajuda na hora de imaginar o que está acontecendo, cena que tradicionalmente fica pronta somente após o trabalho da edição.

Telas MicroLED da Sony têm 120 fps e HDR

Voltando para as novas tela Crystal LED da Sony, elas utilizam taxa de atualização em 120 fps, HDR e o mesmo processador X1 de algumas TVs da marca. A C-Series pode trabalhar com contraste de até 1.000.000:1, enquanto o brilho máximo da B-Series é de 1.800 cd/m2. A B-Series foi desenvolvida em parceria com a Sony Pictures, braço da empresa para entretenimento e é por isso que ela tem acabamento para reduzir os reflexos produzidos pelo próprio display.

Mesmo com cinema em mente, a própria Sony afirma que a C-Series também pode ser utilizada em locais para exibição de produtos, centros de experiência para o consumidor e lojas. Pense nela como uma tela gigante e literalmente sem bordas, que pode substituir painéis antigos, sem mesmo a necessidade de fonte específica para eletricidade – detalhe este que também está presente na B-Series, alimentada por tomadas simples de 100 ou 240 volts.

Não existe preço para estes produtos, mas este é um ponto tradicional em dispositivos voltados para o mercado corporativo. Como as telas são modulares, cada instalação pode ser diferente e isso altera o valor final cobrado pela Sony. Sabemos somente que o lançamento das telas MicroLED C-Series e B-Series acontecerá no meio deste ano.

Com informações: Sony.

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André Fogaça

André Fogaça

Ex-autor

André Fogaça é jornalista e escreve sobre tecnologia há mais de uma década. Cobriu grandes eventos nacionais e internacionais neste período, como CES, Computex, MWC e WWDC. Foi autor no Tecnoblog entre 2018 e 2021, e editor do Meio Bit, além de colecionar passagens por outros veículos especializados.

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