Pix vira isca para golpes de phishing que roubam dinheiro

Relatos de golpes usando Pix começam a aparecer; criminosos usam cadastro de chaves e WhatsApp clonado para enganar vítimas

Ana Marques
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
SMS são usados em golpes de phishing
Pix vira isca para golpes de phishing (Imagem: William Iven/Unsplash)

O Pix, sistema de pagamentos que entrou em operação plena no mês de novembro, traz uma grande revolução à forma como realizamos transações bancárias no país. Operando 24 horas por dia, 7 dias por semana, o método caiu nas graças de muita gente por proporcionar maior facilidade e rapidez na hora de enviar dinheiro, mas também está na mira criminosos que aplicam golpes de phishing.

De acordo com uma reportagem do G1, uma das vítimas perdeu R$ 4,5 mil após o contato de uma pessoa que se fez passar por um funcionário do setor de segurança da Caixa Econômica Federal. O telefonema chegou enquanto a mulher fazia o cadastro de sua chave no Pix.

A dona de casa, de 44 anos, relatou que o golpista passou orientações sobre o que ela deveria fazer para desbloquear o aplicativo e concluir o cadastro das chaves, alegando que ele estaria com problemas para realizar as operações remotamente.

No entanto, o direcionamento resultaria numa transferência de todo o dinheiro da conta da vítima para uma conta virtual, utilizada pelo criminoso. A mulher só percebeu que se tratava de um golpe quando chegou uma notificação no app do banco confirmando a transação.

Pix em aplicativo da Caixa (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Pix em aplicativo da Caixa (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

WhatsApp clonado pode ser intermediário para golpes

Outros relatos de golpes que circularam na mídia nacional durante as últimas semanas indicam que os cibercriminosos também têm usado o velho esquema do WhatsApp clonado para aplicar phishing utilizando o Pix.

Uma jovem de 22 anos foi enganada por uma pessoa que clonou o mensageiro de sua tia. Ao se fazer passar pela familiar, o golpista conseguiu que a menina transferisse R$ 1,4 mil via Pix.

“Você não se atenta, por causa da velocidade que tem essa transferência”, comentou outra vítima de um caso semelhante ao programa Fala Brasil. “Perdi mais de R$ 6 mil em uma questão de 15 minutos”.

Diferentemente de TED e DOC, que são processos geralmente mais demorados, as operações com Pix levam cerca de 10 segundos para serem concluídas, o que acaba dificultando o trabalho da polícia para impedir transações suspeitas.

Como evitar golpes que usam o Pix como isca

O uso de recursos digitais para enganar vítimas e conseguir informações pessoais não é nenhuma novidade. O WhatsApp, mensageiro mais popular no país atualmente, é um dos grandes alvos desse tipo de ação.

Assim como o Pix, outros métodos de pagamento, como boletos bancários e cartão de crédito, também já foram utilizados por cibercriminosos para roubar dinheiro das vítimas.

As dicas para evitar esse tipo de golpe são as mesmas nesse caso:  desconfie de mensagens que peçam dinheiro pelo WhatsApp ou por telefone, mesmo que sejam enviadas por números conhecidos, como os de amigos e familiares. Evite enviar informações sensíveis, como dados pessoais ou bancários, pelo mensageiro, evite clicar em links sem saber sua real procedência e ative a verificação em duas etapas.

Caso você ainda não tenha feito o cadastro das suas chaves no Pix, não há o que temer: basta seguir nossas dicas para realizar esse processo com segurança em bancos e aplicativos.

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Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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