Pix ultrapassa TED e DOC em número de transações

Pix transferiu mais de R$ 70 bilhões em janeiro, contra R$ 250 bilhões do TED; pagamento instantâneo é grátis para pessoa física

Felipe Ventura
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• Atualizado há 3 meses
O Pix chegou (Imagem: Divulgação/Banco Central)
O Pix chegou (Imagem: Divulgação/Banco Central)

Em dezembro, o Pix já respondia por 30% das transferências entre bancos. Agora em janeiro, ele se tornou ainda maior: foram 87,2 milhões de transações instantâneas, contra 64,7 milhões de TEDs e 7,3 milhões de DOCs, segundo um levantamento feito pelo Tecnoblog com dados do Banco Central e da CIP (Câmara Interbancária de Pagamentos).

O Pix se tornou um dos principais meios de transferência no Brasil: este mês, ele foi usado para movimentar mais de R$ 70 bilhões, enquanto o TED respondeu por cerca de R$ 250 bilhões no mesmo período. O sistema de pagamentos instantâneos começou a operar em novembro de 2020; ele é gratuito para pessoas físicas.

As transações via Pix feitas em janeiro até o último domingo (17) tiveram valor médio de R$ 809,75, já considerando as devoluções. As transferências feitas por TED no mesmo período foram de R$ 3.861,69 em média.

O valor transacionado em TED girava em torno de R$ 600 bilhões ao mês, e isso não mudou com a chegada do Pix – na verdade, o antigo meio de transferência teve uma leve alta no mês de dezembro.

 PixTED
dezembro de 2020R$ 107,2 bilhõesR$ 675,088 bilhões
janeiro de 2021 (até dia 17)R$ 70,6 bilhõesR$ 249,665 bilhões

Pix é mais versátil que TED

Isso sugere que o Pix está atendendo a uma demanda financeira diferente, em vez de se tornar apenas um substituto para o TED. Por exemplo, você consegue usá-lo como forma de pagamento nas Americanas, Submarino, McDonald’s e vários outros estabelecimentos. Dá até para quitar a conta de luz graças a uma parceria com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Vale lembrar que é possível fazer Pix para contas do mesmo banco. Mas a vantagem é que você nem precisa saber o banco do destinatário, graças às chaves do Pix: basta informar o CPF, e-mail ou celular para enviar dinheiro, sem inserir manualmente a agência e conta.

Além disso, todo banco precisa oferecer o Pix de graça para pessoa física, enquanto o TED pode custar mais de R$ 10 em algumas instituições. Sim, existem algumas exceções para essa gratuidade, mas elas são bem específicas: por exemplo, a transação pode ser cobrada se você recebe mais de 30 vezes por mês na mesma conta, indicando uso comercial. Por enquanto, isso não afastou os usuários.

A tendência é que o Pix cresça ainda mais, à medida que mais pessoas se familiarizam com ele, e conforme a plataforma recebe mais recursos. Em março, será lançado o Pix Cobrança com QR Code para pagamentos futuros, semelhante a um boleto. O BC quer até mesmo permitir transferências internacionais, mas depende de mudanças nas leis cambiais.

Atualizado às 20h com dados da CIP

Felipe Ventura

Felipe Ventura

Editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. Começou no TB em 2017 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia, e hoje coordena um time de editores-assistentes e a rotina das editorias. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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