China tem projeto ambicioso para virar líder global em blockchain

Tecnologia chamada BSN é capaz de integrar múltiplas redes blockchain; projeto é subsidiado pelo governo chinês

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Blockchain (Imagem: mmi9/Pixabay)
Blockchain (Imagem: mmi9/Pixabay)

A China está ambiciosamente trabalhando em um complexo sistema de redes em blockchain e busca se tornar a líder mundial na tecnologia. Por mais que criptomoedas sejam alvo de muitas restrições no pais, a estrutura por trás delas interessa o governo chinês que quer utilizá-la para, por exemplo, rastrear mercadorias ou autenticar provas judiciais.

A chamada BSN, rede de serviços baseada em blockchain, foi lançada no ano passado como uma grande infraestrutura virtual que permitiria a inédita junção de múltiplas redes sob uma única arquitetura. A partir dela, desenvolvedores podem utilizar a estrutura virtual para criar os mais diversos aplicativos e serviços conectados. Por mais que a iniciativa seja chinesa, o projeto pode revolucionar o relacionamento que o mundo todo tem com o blockchain.

BSN é iniciativa de startup e subsidiada pelo governo

Em 2019, a Red Date, uma startup pequena sediada em Pequim, começou a construção do projeto, enquanto no ano passado o Centro de Informações do Estado chinês se interessou pela tecnologia e subsidiou a BSN. Hoje, além do governo da China e de sua fundadora, também fazem parte do desenvolvimento da rede blockchain a UnionPay, grande empresa de processamento de crédito, e a China Mobile, uma operadora de telecomunicações.

Tecnologia integra blockchains públicas e privadas

Dentro da tecnologia blockchain, existem dois tipos principais de rede. O primeiro é chamada de “permissionless”, cuja natureza é descentralizada, transaparente e essencialmente pública. A maioria das criptomoedas no mercado operam através de estruturas desse tipo. Já a segunda categoria é chamada de “permissioned”, e opera de maneira oposta, privada e possivelmente centralizada.

A estrutura BSN consegue integrar os dois tipos de redes blockchain e permite a troca de dados e informações entre os “nods”, ou blocos de dados criptografados. Exemplos da atuação prática dessa rede seria a criação de programas baseados telecomunicações que poderiam se comunicar de maneira bilateral ou unilateral (dependendo da permissividade das redes) com blockchains de programas bancários. As possibilidades são infinitas.

Tecnologia não é exclusiva da China

Por mais que o governo chinês apoie e subsidie a BSN e que a ideia tenha surgido a partir de uma startup do país, os planos para o projeto são globais. Hoje, a estrutura já está sendo disponibilizada através de um site em inglês e pode dar início a uma nova fase para as redes blockchain do mundo todo.

Com informações: TechCrunch

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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