Coreia do Norte rouba US$ 300 mi em criptomoedas através de ciberataques
Coreia do Norte realizou dezenas de ataques cibernéticos a exchanges de criptomoedas e a empresas militares estrangeiras
A Coreia do Norte vem lançando uma série de ataques cibernéticos para roubar criptomoedas e informações militares de outros países. Os principais alvos são respectivamente exchanges de criptoativos e empresas estrangeiras do setor de defesa militar. Os fundos arrecadados em moedas digitais provavelmente são destinados ao financiamento armamentístico e nuclear, conforme aponta um relatório da ONU obtido pela Associated Press e pelo jornal japonês Nikkei.
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Bandeira da Coreia do Norte em Pyongyang (Imagem: stephan/Flickr)
Dezenas de invasões roubam criptomoedas e informações
O documento foi formulado por um painel de especialistas das Nações Unidas que afirmam que a Coreia do Norte roubou cerca de US$ 316 milhões em criptomoedas ao longo de 2019 e 2020.
A arrecadação foi feita através de múltiplos ataques cibernéticos a corretoras de moedas digitais. Essa é uma maneira do governo norte-coreano gerar verba de fontes internacionais enquanto dribla múltiplas sanções impostas sobre o país.
A pandemia da COVID-19 gerou uma maior movimentação no mercado de criptomoedas, uma vez que o isolamento fez com que todas as transações digitais aumentassem.
Além disso, a ditadura asiática invadiu servidores de múltiplas empresas do setor de segurança e defesa militar de outros países. O objetivo era o roubo de informações privadas e sensíveis.
Relatório será apresentado ao Conselho de Segurança
O relatório, na verdade, ainda não é público. Trata-se de um rascunho que deverá ser apresentado ao Comitê de Sanções da Coreia do Norte no Conselho de Segurança da ONU, que analisa a implementação das medidas sobre o país. O objetivo é gerar discussões internacionais para que sejam tomadas decisões de isolamento mais severas.
O documento também aponta que a Coreia do Norte segue obtendo moedas digitais de maneiras ilegais. Os especialistas afirmam que o país foi responsável foi duas grandes invasões no final de 2020. Uma delas foi a uma empresa de câmbio de criptoativos que foi hackeada e US$ 218 milhões foram roubados em criptomoedas. No outro caso mencionado, foram US$ 2,5 milhões arrecadados pela ditadura.
Segundo os especialistas, a Coreia do Norte faz uso de uma técnica mais avançada de hacking chamada de “salto em cadeia”, que visa dificultar ainda mais o rastreio dos fundos roubados. As moedas digitais são então trocadas por dinheiro através de comerciantes chineses.
Fundos são destinados ao desenvolvimento de armas
Muito provavelmente, o desenvolvimento de armas de destruição em massa e pesquisa nuclear são os principais destinos dos fundos arrecadados por meio desses roubos. O relatório indica que ao passo que ocorreram as invasões, foram também identificadas atividades crescentes no setor militar norte-coreano.
“Ele exibiu novos sistemas de mísseis balísticos de curto e médio alcance, lançados por submarinos e intercontinentais em desfiles militares”, disseram os especialistas. “O país anunciou a preparação para o teste e a produção de novas ogivas e o desenvolvimento de armas nucleares táticas… e atualizou sua infraestrutura de mísseis balísticos”, conclui o relatório.
Com informações: Associated Press e Nikkei