Signal ganha pagamentos com criptomoeda focada em privacidade

Aplicativo de mensagens criptografadas, Signal, anunciou a integração de pagamentos com a criptomoeda MobileCoin (MOB)

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 2 anos
Signal Payments lança serviço de pagamentos com a criptomoeda MobileCoin (Imagem: Reprodução/Signal)
Signal Payments lança serviço de pagamentos com a criptomoeda MobileCoin (Imagem: Reprodução/Signal)

O Signal, aplicativo de mensagens criptografadas, anunciou nesta terça-feira (06) a integração de pagamentos com a criptomoeda MobileCoin (MOB), focada em privacidade. A empresa revelou que a mais recente versão beta do app está disponibilizando o novo recurso para usuários de iOS e Android no Reino Unido. A nova função deve ser expandida para o mundo todo no futuro.

O MobileCoin é uma criptomoeda relativamente recente, voltada para transações privadas e otimizadas em dispositivos móveis. Trata-se de um tipo de dinheiro digital que opera no blockchain e que promete um alto grau de anonimato.

Já o Signal é um app de mensagens criado há 7 anos com o objetivo de fornecer um serviço seguro, fácil e verdadeiramente privado para seus usuários. Dito isso, o anúncio de hoje faz com que a empresa dê o próximo passo e aplique esses conceitos também para pagamentos.

O criador e CEO do Signal, Moxie Marlinspike, contou à Wired que ele quer criar um mundo onde todos se comuniquem sabendo que não estão sendo observados. Ele exemplifica: “Quero que você sinta isso não apenas quando falar com seu terapeuta pelo Signal, mas também quando você pagar pela sessão através do aplicativo”.

Como funciona?

O Signal revelou em comunicado que seu serviço de pagamentos, o Signal Payments, irá providenciar uma função que integrará carteiras digitais do MobileCoin. Dessa maneira, usuários poderão facilmente transferir, receber, checar o seu saldo e verificar o histórico de transação com MOB através do aplicativo.

Diferente de outros apps de mensagens que já integraram funções de pagamentos, como o WhatsApp e o iMessage, nenhuma conta bancária é vinculada. Além disso, nem mesmo o Signal terá acesso aos dados das transações, essas informações ficarão no blockchain do MobileCoin. A empresa também reforça que é possível realizar resgates e até mesmo migrar seu dinheiro para outro serviço a qualquer momento.

Diferente do bitcoin, MobileCoin é anônima

O MobileCoin é o que oferece ao Signal toda a infraestrutura para se realizar pagamentos da maneira mais privativa possível. Ela é categorizada como uma “privacy coin”, tipo de criptomoeda que opera em blockchain, mas não oferece um livro contábil público. Diferente do bitcoin, ether e de muitas outras criptomoedas, a MOB protege a identidade dos usuários e todos os detalhes das transações.

Essa criptomoeda foi especificamente escolhida pelo Signal porque ela foi projetada pensando em transações mobile. Ou seja, seu sistema é otimizado para ocupar o mínimo de espaço possível nos dispositivos e opera com compensações extremamente rápidas, que levam apenas alguns segundos, enquanto outras privacy coins podem demorar minutos para processar uma transferência.

Na prática, também há desvantagens

Contudo, as maiores criptomoedas do mercado são essencialmente públicas para evitar ao máximo a lavagem de dinheiro, fraudes e outras práticas criminosas. Dito isso, o Signal e o MobileCoin poderão enfrentar problemas regulatórios. A Coreia do Sul baniu privacy coins do país em novembro de 2020, desde então moedas como Monero, ZCash e Dash foram removidas das exchanges coreanas.

Outro obstáculo a ser enfrentado é o que dificulta que a maioria das criptomoedas seja efetivamente implementada como moeda de troca – a volatilidade. O preço do MobileCoin subiu de US$ 7 no final de março para US$ 66 registrados nesta terça-feira, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Com informações: Wired

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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