Tesla vende bitcoin e tem impacto positivo de US$ 100 milhões no lucro

Em melhor resultado trimestral da história, Tesla revela que vendeu 10% de suas reservas de bitcoin (BTC) e lucrou US$ 101 milhões

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 2 anos e 2 meses

A Tesla se tornou uma das maiores empresas a investir em bitcoin (BTC) quando comprou US$ 1,5 bilhão na criptomoeda em janeiro. Agora, a montadora de carros elétricos de Elon Musk revelou nesta última segunda-feira (26) que vendeu parte de suas moedas digitais e lucrou US$ 101 milhões, o que fez com que seu primeiro resultado financeiro trimestral de 2021 batesse recordes.

Tesla registra recorde no lucro trimestral após venda de bitcoin (Imagem: Reprodução/CNET)

Venda de bitcoin gera lucro trimestral recorde

O diretor financeiro da Tesla, Zach Kirkhorn, afirmou durante uma teleconferência para divulgar o balanço trimestral da empresa que acredita na longevidade do bitcoin, mesmo com tamanha volatilidade. A montadora revelou que vendeu 10% de suas reservas da criptomoeda em março, o equivalente a US$ 272 milhões.

Segundo o relatório financeiro do primeiro trimestre de 2021, a venda desse montante de bitcoin gerou um “impacto positivo” de US$ 101 milhões na lucratividade da montadora. Assim, a empresa de Elon Musk registrou também o seu melhor resultado trimestral de sua história, com lucros de US$ 438 milhões, resultado que representa um aumento de 2638% em comparação ao valor de US$ 16 milhões referente ao mesmo período de 2020.

Tesla usa bitcoin como reserva de valor

A montadora de carros elétricos recorreu ao bitcoin como uma alternativa para reserva de valor enquanto ainda garantia um grande potencial de lucratividade, oferecendo também resgates imediatos se necessário. Além disso, as opções tradicionais não poderiam oferecer todas essas vantagens ao mesmo tempo, por isso a Tesla se voltou à maior criptomoeda do mercado, mesmo significando assumir um risco maior.

“Elon e eu estávamos procurando um lugar para armazenar dinheiro que não estava sendo usado imediatamente, tentando obter algum nível de retorno sobre isso, mas também preservando a liquidez… Poder acessar nosso caixa muito rapidamente é super importante para nós agora”, afirmou Kirkhorn durante a transmissão.

O diretor financeiro da Tesla também disse que “não existem muitas oportunidades tradicionais para fazer isso”. Para ele, todas as alternativas avaliadas pela administração da Tesla que tinham liquidez ofereciam “rendimentos muito baixos”. Por isso, as criptomoedas chamaram a atenção.

“O bitcoin parecia, e agora se provou ser, uma boa decisão e um bom lugar para colocar parte do nosso dinheiro que não está sendo usado imediatamente para as operações diárias ou que talvez não seja necessário até o final do ano, enquanto ainda podemos obter algum retorno sobre isso”, disse.

Tesla está otimista sobre o bitcoin

Para Kirkhorn, a Tesla “tem muitos motivos para ser otimista” sobre o bitcoin. “Pensando sobre isso de uma perspectiva corporativa, estamos bastante satisfeitos com a liquidez que existe no mercado”, disse ele. “Nossa capacidade de consolidar nosso primeiro investimento aconteceu muito rapidamente. Quando fizemos a venda no final de março, também pudemos executá-la muito rapidamente”.

Assim, o diretor executivo da montadora acredita que essa facilidade de movimentação de fundos em conjunto com a habilidade de “obter renda de dentro e fora do mercado” é muito importante para a empresa.

Mesmo que a Tesla tenha vendido uma parte de suas reservas de bitcoin, a diretoria tem a intenção de manter sua atual quantidade da criptomoeda no longo prazo, enquanto ainda adquire mais unidades através da nova alternativa de pagamentos com BTC, que a montadora oferece desde de meados de março.

Com informações: TechCrunch

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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