Facebook deixa de apagar posts dizendo que COVID-19 surgiu em laboratório

A mudança na moderação de Facebook e Instagram acompanha a abertura de uma nova investigação sobre a origem da COVID-19

Pedro Knoth
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Site do Facebook no celular (Imagem: Solen Feyissa/Unsplash)

Site do Facebook no celular (Imagem: Solen Feyissa/Unsplash)

O Facebook e o Instagram deixarão de remover postagens que alegam que o vírus da COVID-19 é produzido em laboratório, disse um porta-voz da empresa na quarta-feira (26). A ação da plataforma de Mark Zuckerberg acompanha uma nova investigação da Casa Branca, revelada no mesmo dia, sobre as origens da pandemia.

O presidente americano Joe Biden afirmou que agências de inteligência de Washington abriram uma investigação sobre as primeiras infecções da COVID-19. O objetivo é descobrir se a doença provém do contato entre uma pessoa e um animal infectado, ou de um acidente de laboratório em Wuhan, na China.

De acordo com Biden, essas duas teorias dividem a comunidade de inteligência americana. “Eu pedi para que os serviços de inteligência dobrem seus esforços para coletar e analisar informação que poderia nos levar a uma conclusão em 90 dias” disse o presidente dos EUA em comunicado.

Facebook volta atrás em política de moderação

A nova posição do Facebook é um sinal verde para a circulação do rumor de que a COVID-19 foi criada por cientistas em Wuhan. Em fevereiro de 2020, a plataforma atualizou suas políticas de moderação para banir desinformação sobre o novo coronavírus e vacinas — publicações que diziam que o SARS-Cov-2 foi feito em laboratório seriam removidas. Por enquanto, não há evidências de que patógeno tenha sido produzido in vitro.

“À luz de investigações em curso sobre a origem da COVID-19 e em consulta com especialistas em saúde pública, não vamos mais remover de nossos aplicativos a teoria de que a COVID-19 foi uma criação humana”, disse o porta-voz do Facebook ao site Politico. “Estamos trabalhando com referências na área da saúde, acompanhando a evolução da e regularmente atualizando nossas políticas de acordo com o surgimento e debate de novos fatos.”

Por enquanto não está claro se Twitter ou YouTube — duas outras redes onde há grande circulação de teorias e boatos sobre a pandemia — tomarão medidas semelhantes ao Facebook.

Facebook e big techs são pressionadas por desinformação

As big techs americanas Facebook, Twitter e Google, dona do YouTube, são pressionadas no mundo inteiro pela disseminação de desinformação. No Brasil, um projeto de lei batizado como PL das Fake News, que já tramita da Câmara dos Deputados, quer impor mais controle sobre a moderação de conteúdo de redes sociais e rastrear origens de boatos em aplicativos de mensagem, como o WhatsApp.

Nos EUA, essa pressão surge do Congresso dos EUA, que convocou os presidentes executivos das big techs a deporem sobre o combate à notícias falsas. Mark Zuckerberg, do Facebook, defendeu que as plataformas de redes sociais sejam regulamentadas. Ele argumentou que o dever de moderação de conteúdo fosse ampliado.

Com informações: Poltico, The Verge e Cnet

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.

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