Redes 3G têm data para serem desligadas por operadora nos EUA

AT&T desligará redes 3G em no primeiro trimestre de 2022; extinção do 2G ou 3G ainda está longe de acontecer no Brasil

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Torre de telefonia celular. Foto: Lucas Braga/Tecnoblog
Torre de telefonia celular (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)

A AT&T é a maior operadora de telefonia móvel dos Estados Unidos, e anunciou o desligamento da sua rede 3G em fevereiro de 2022. A medida deve afetar smartphones e celulares mais antigos, e os proprietários desses dispositivos deverão migrar para aparelhos mais modernos compatíveis com 4G e 5G.

Não faz muito tempo que a AT&T extinguiu sua rede 2G: o serviço nessa tecnologia foi descontinuado em dezembro de 2016. A operadora avisou os consumidores com antecedência de que os celulares antigos deveriam ser trocados, e repetiu a medida com o anúncio do desligamento do 3G.

Nem todo celular com 4G funcionará na AT&T

O desligamento do 3G representa um passo importante para a AT&T, uma vez que todo o serviço de chamadas de voz dependerá da tecnologia VoLTE, que habilita ligações nas redes 4G.

Nem todo smartphone apto a se conectar ao 4G é compatível com VoLTE, uma vez que o padrão surgiu após a popularização da quarta geração de redes móveis. Nos Estados Unidos, ainda há uma complicação extra de que alguns dispositivos Android comprados em uma operadora concorrente podem ter as configurações de voz sob 4G restritas à companhia de origem.

A AT&T divulgou a lista de dispositivos que continuarão funcionando normalmente após o desligamento do 3G; os smartphones mais recentes não devem ser afetados, mas dispositivos antigos não conseguirão se conectar na rede móvel.

Quando teremos um desligamento de 2G ou 3G no Brasil?

Em 2017, finalizei a matéria do switch off do 2G da AT&T imaginando um possível desligamento de tecnologia celular com a chegada do 5G no Brasil. Cá estamos em 2021 e a mesma operadora americana anunciou a morte de outro padrão; por aqui, a Anatel deve realizar um leilão de frequências para a quinta geração com atrasos e há pouca perspectiva para extinguir o 2G ou 3G no país.

De acordo com os dados de março de 2021, o Brasil ainda possui cerca de 26,8 milhões de aparelhos restritos à tecnologia 2G, e outros 32,5 milhões com 3G.

As operadoras brasileiras precisam manter as tecnologias antigas funcionando para atender esse parque de celulares e outros dispositivos de Internet das Coisas (IoT) que possuem modem 2G, como máquinas de cartão de crédito, rastreadores veiculares e sensores.

Para otimizar investimentos e aproveitar o espectro com tecnologias mais novas, algumas operadoras apostam em compartilhamento: a TIM e Vivo mantêm um piloto para dividir a rede 2G em alguns municípios, e o teste deve se expandir para cerca de 600 cidades até o final do ano; cada empresa é responsável pela metade das localidades, liberando a capacidade da antiga rede GSM para o 4G.

A própria TIM defende a abertura de uma discussão com a Anatel para viabilizar o desligamento de padrões antigos. O diretor de tecnologia da operadora, Leonardo Capdeville, revelou que ainda há dúvidas se o 2G é o padrão a ser desligado, uma vez que o 3G é muito parecido com o 4G.

Outro fator de atraso para o desligamento do 2G ou 3G no Brasil é a baixa adesão do padrão VoLTE: enquanto TIM e Vivo possuem disponibilidade expressiva das chamadas de voz na rede 4G, Claro, Oi e operadoras virtuais não adotam a tecnologia de forma massiva.

Com informações: Slashgear

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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