Apple barra apps da China que tentam rastrear usuários no iOS 14

Aplicativos chineses tentaram burlar nova política de privacidade da Apple, mas sofreram bloqueios na App Store

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 1 ano

Recentemente, a Apple deu aos usuários do iOS 14 maior controle sobre seus dados com o App Tracking Transparency (ATT), permitindo interromper completamente o compartilhamento de suas informações com anunciantes. Porém, o TikTok e diversos outros gigantes chineses tentaram burlar a medida, mas a empresa americana respondeu prontamente bloqueando atualizações desses aplicativos na App Store.

Apple libera iOS 14.5 para iPhone (Imagem: Bruno Gall De Blasi/Tecnoblog)

Apple libera iOS 14.5 para iPhone (Imagem: Bruno Gall De Blasi/Tecnoblog)

Junto ao iOS 14.5, a Apple introduziu novas regras de rastreamento de dados. O App Tacking Transparency passou a exigir o consentimento dos usuários para compartilhar suas informações com qualquer aplicativo ou empresa. Como resultado, grande parte deles escolheram não fazê-lo.

A nova política de privacidade da Apple deixou muitas empresas descontentes. Como resultado, gigantes da tecnologia e da publicidade na China organizaram um esforço coordenado para criar uma alternativa ao sistema identificador para anunciantes do iPhone (IDFA), buscando continuar a rastrear os dados dos usuários de iOS no país sem seu consentimento.

Iniciativa chinesa pretendia burlar política da Apple

Assim, grupos de tecnologia liderados por Baidu, Tencent e pela criadora do TikTok, ByteDance, desenvolveram o CAID em parceria com a China Advertising Association (CAA). Teoricamente, aplicativos chineses poderiam então burlar o ATT da Apple ao fazer uso desse novo identificador.

O sistema começou a ser testado na China para observar seus resultados e a resposta da Apple. Porém, a gigante da tecnologia, ciente da articulação, bloqueou as atualizações de todos os aplicativos presentes na App Store que forem detectados tentando usar o CAID.

De acordo com informações obtidas pelo Financial Times, a maioria dos envolvidos com o projeto chinês abandonaram o uso do CAID, que agora luta para encontrar apoio dentro e fora da China.

“Esta é uma vitória clara para a Apple, e também para a privacidade do consumidor, já que os gigantes chineses da tecnologia foram forçados a recuar e cumprir as regras da Apple”, disse Rich Bishop, presidente-executivo da AppInChina, empresa líder de software internacional, ao Financial Times.

Alex Bauer, chefe de marketing de produtos do grupo adtech Branch, afirmou que, com o desenvolvimento do CAID, o ecossistema chinês de aplicativos estava coletivamente vendo até onde a empresa americana iria, “sob a teoria de que a Apple não poderia banir todos os principais aplicativos do mercado”.  Aparentemente, ela pode sim.

Com informações: Financial Times

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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