YouTuber que criou criptomoeda é acusado de faturar US$ 2 milhões em golpe

YouTuber Patrick Shyu, do canal TechLead, criou criptomoeda Million Token (MM) e agora é acusado de arquitetar golpe "pump and dump"

Bruno Ignacio
Por
• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Patrick Shyu, do canal TechLeads, criou criptomoeda e agora é acusado de organizar golpe (Imagem: Reprodução/YouTube)
Patrick Shyu, do canal TechLeads, criou criptomoeda e agora é acusado de organizar golpe (Imagem: Reprodução/YouTube)

O YouTuber e ex-funcionário do setor de tecnologia do Google Patrick Shyu, também conhecido como TechLead em seu canal, lançou uma criptomoeda chamada Million Token (MM) na exchange descentralizada Uniswap na última quinta-feira (01). Porém, após uma enorme valorização de mais de 3.000%, seu preço vem desabando. Agora, o YouTuber de mais de 1 milhão de inscritos enfrenta acusações de ter arquitetado um esquema “pump and dump”.

Tradicionalmente, criadores de criptomoedas realizam uma intensa divulgação do ativo recém-criado para elevar rapidamente seu preço enquanto eles mesmos mantém a maior parte das moedas, para então vendê-las de uma vez. Assim, os desenvolvedores e quem divulgou o esquema (geralmente influenciadores) lucram enquanto todos os outros que compraram a criptomoeda saem no prejuízo.

No caso de Shyu, ele mesmo criou um ativo digital e o divulgou para a sua enorme base de inscritos no YouTube. Após o lançamento do Million Token pelo preço base de US$ 1,00, seu valor disparou para US$ 36 no domingo, mas despencou para o mínimo de US$ 12,8 nesta terça-feira (06), de acordo com dados do CoinGecko.

Criptomoeda é apoiada por US$ 1 milhão em stablecoin

Em um vídeo postado em seu canal no YouTube, Shyu descreve o Million Token literalmente como “uma oportunidade milionária”. Junto ao descritivo do site oficial do projeto, ele explica que colocou US$ 1 milhão em USDC, uma stablecoin lastreada no dólar americano, para apoiar o preço de sua oferta inicial de 1 milhão de MM.

Enquanto cada unidade da criptomoeda vale pelo menos US$ 1, seu preço máximo não tem limite. Com um número de unidades pré-determinado, o Million Token possui uma oferta restrita, o que naturalmente facilita sua valorização.

Porém, a queda imediata no preço da criptomoeda após sua valorização de mais de 3.000% alertou muitas pessoas. O usuário do Twitter DCF GOD criou uma thread para chamar a atenção para um possível golpe de pump and dump organizado por Shyu.

Acontece que a exchange descentralizada Uniswap essencialmente troca criptomoedas por outras criptomoedas, ao invés de operar como uma corretora convencional que troca moedas digitais por dinheiro fiduciário.

https://twitter.com/dcfgod/status/1412151238108631047?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1412151238108631047%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fd-3034646236297532880.ampproject.net%2F2106182132000%2Fframe.html

Assim, DCF GOD destacou em suas postagens que a carteira de Shyu possuía exatamente 1 milhão de USDC para 1 milhão de MM, conforme sua promessa de manter o equivalente a US$ 1 milhão em stablecoin para apoiar o preço de seu token. Porém, seu endereço agora possui cerca de 3 milhões em USDC e 113 mil MM. “Ele vendeu Million Token e lucrou US$ 2 milhões”, acusa o usuário do Twitter.

Token seria “experimento social”, não investimento

Shyu publicou recentemente um vídeo no YouTube abordando as acusações, negando que tenha prejudicado os investidores ao remover a liquidez do MM no Uniswap. No entanto, o YouTuber também enfatizou que seu token “não deve ser considerado um investimento”, descrevendo o projeto como um forma de experimento social.

“O Million Token não deve ser considerado um investimento de forma alguma. Este é um experimento social e pura especulação. É uma espécie de jogo para nós vermos o que acontece com isso, parecido com o dogecoin”, disse Shyu.

Com informações: Cointelegraph

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

Relacionados