Jogar para fugir do tédio pode aumentar risco de depressão, diz estudo

Segundo neurocientistas, depender somente de jogos para celular como fuga para o tédio pode levar a um quadro depressivo

Murilo Tunholi
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Samsung Galaxy S21 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Samsung Galaxy S21 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Com certa frequência, estudos sobre vício em videogames são publicados por cientistas ao redor do mundo. Segundo pesquisadores da Universidade de Waterloo, jogar no celular pode não ser a melhor solução para sair do tédio do dia a dia. Ao analisar cerca de 60 pessoas, os neurocientistas descobriram que, por mais que os games melhorem o humor, eles também podem gerar uma dependência, levando ao vício e até à depressão.

Para Michael Dixon, coautor do estudo, depender somente dos jogos mobile para escapar da realidade pode ser bastante nocivo para a saúde mental. Por gastarem mais tempo ao celular, as pessoas analisadas deixaram de fazer outras atividades, como exercícios físico ou sair com amigos.

“Isso cria um ciclo vicioso de jogar videogame para melhorar um humor deprimido. Essa rotina é desadaptativa, pois, por mais que os jogos aliviem a sensação de tédio, eles também aumentam a vontade de continuar jogando. Jogar por muito tempo pode levar ao vício e significa ter menos tempo disponível para outras atividades mais saudáveis. Na verdade, isso pode levar a um quadro depressivo”.

Michael Dixon, professor de neurociência cognitiva da Universidade de Waterloo.

Por enquanto, os resultados do estudo ainda são prévios, então não é possível dizer com exatidão se jogar por muito tempo no celular pode prejudicar a saúde. Mesmo assim, é importante tentar variar a rotina para encontrar outras atividades prazerosas que não possam se tornar vícios.

Jogar videogame é divertido, mas precisa de moderação

Saindo do papel de repórter e assumindo meu lado jogador, posso dizer que os games estão presentes na minha rotina diária, principalmente durante esses tempos de pandemia e quarentenas intermináveis. Porém, assim como as pessoas analisadas na pesquisa, eu também entrei no ciclo vicioso de querer jogar com frequência cada vez maior para melhorar o humor.

Esse hábito trouxe consequências negativas, como insônia, enxaquecas e dificuldade de encontrar prazer em outras atividades. Mesmo com todos esses problemas, não pensava em diminuir a quantidade de horas que passava na frente de uma tela.

Jogar é muito divertido, mas precisa de moderação. Sei que pode ser ruim ouvir diversas vezes que “jogo vicia”, mas qualquer atividade, quando usada como mecanismo de fuga para escapar da realidade, pode se tornar um vício. Por isso, quando estiver entediado, tente priorizar um hobby que não envolva um celular, console ou PC de vez em quando.

E você, leitor, como tem sido sua relação com os videogames nessa época de pandemia? Compartilha com a gente na Comunidade do Tecnoblog!

Com informações: Fast Company, ScienceDirect.

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Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Ex-autor

Jornalista, atua como repórter de videogames e tecnologia desde 2018. Tem experiência em analisar jogos e hardware, assim como em cobrir eventos e torneios de esports. Passou pela Editora Globo (TechTudo), Mosaico (Buscapé/Zoom) e no Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. É apaixonado por gastronomia, informática, música e Pokémon. Já cursou Química, mas pendurou o jaleco para realizar o sonho de trabalhar com games.

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