Activision Blizzard é processada de novo, dessa vez por investidores

Acionistas da Activision Blizzard movem nova ação judicial na Califórnia, nos EUA, e alegam terem sido "enganados" pela empresa

Murilo Tunholi
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Estátua do Orc no campus da Blizzard (Imagem: Divulgação/Blizzard)
Estátua do Orc no campus da Blizzard (Imagem: Divulgação/Blizzard)

A Activision Blizzard se tornou alvo de um novo processo judicial, devido aos escândalos de assédio sexual na empresa. Dessa vez, a ação foi movida por investidores e acionistas que se sentiram “prejudicados economicamente”. De acordo com o documento, eles foram “enganados” pela desenvolvedora, a qual manteve em segredo todos os problemas de comportamento dos funcionários.

Activision Blizzard teria enganado investidores

A ação coletiva tem como autora a Rosen Law Firm — empresa que representa investidores vítimas de fraudes e má condutas corporativas — e faz parte de uma investigação de dois anos. Assim como o processo original, esse caso também foi apresentado em um Tribunal Federal da Califórnia, nos EUA.

Na petição, os investidores alegaram que a Activision Blizzard “fez declarações falsas e/ou enganosas e/ou não divulgou diversas informações”, como os fatos de que discriminava mulheres e minorias, fomentava uma cultura considerada machista no ambiente trabalho, e ignorava denúncias de assédio feitas ao RH.

Além disso, a desenvolvedora deixou de informar os investidores que estava há dois anos sob investigação da Dept Fair Employment and Housing — agência do governo da Califórnia que protege cidadãos em casos de discriminação no trabalho. Essas atitudes resultaram não só em sérios prejuízos financeiros, como também em danos à imagem da empresa no mercado, afetando também os acionistas.

“Como resultado dos atos ilícitos e omissões dos réus, e da queda vertiginosa do valor de mercado das ações ordinárias da empresa, o autor e outros membros da classe sofreram perdas e danos significativos”, disse a Rosen Law Firm no novo processo.

O processo também cita especificamente o CEO da Activision Blizzard, Bobby Kotick, o atual CFO, Dennis Durkin, e o ex-CFO, Spencer Neumann, como executivos que estariam cientes sobre a não divulgação de informações sobre a empresa. Agora, os investidores pedem uma compensação pelo dinheiro perdido por causa dos escândalos de assédio.

Executivos da Blizzard começaram a sair da empresa

Na última terça-feira (3), o então presidente da Blizzard, J. Allen Brack, saiu da empresa. O cargo de liderança passou a ser ocupado pela dupla formada por Jennifer Oneal e Mike Ybarra. Outro funcionário que pediu demissão foi Jesse Meschuk, ex-executivo do RH que estava na desenvolvedora há 12 anos.

Com informações: GamesIndustry.biz, VG247.

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Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Ex-autor

Jornalista, atua como repórter de videogames e tecnologia desde 2018. Tem experiência em analisar jogos e hardware, assim como em cobrir eventos e torneios de esports. Passou pela Editora Globo (TechTudo), Mosaico (Buscapé/Zoom) e no Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. É apaixonado por gastronomia, informática, música e Pokémon. Já cursou Química, mas pendurou o jaleco para realizar o sonho de trabalhar com games.

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