Microsoft estuda sistema antipirataria em blockchain da Ethereum

Em nova iniciativa contra pirataria, Microsoft estuda sistema "Argus" que incentiva informantes anônimos e rastreia origem do conteúdo pirateado

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Microsoft (Imagem: Tadas Sar/ Unsplash)

A Microsoft está buscando novas e mais sofisticadas maneiras de se combater a pirataria de seus produtos, principalmente do sistema operacional Windows e dos programas do pacote Office, atualmente parte do Microsoft 365. A mais recente novidade nos esforços da empresa no combate a esse problema é a adição da tecnologia blockchain em seus planos a fim de criar o sistema “Argus”, que rastreia o software pirateado com relatórios anônimos que circulam pela rede Ethereum.

A Microsof Research Asia divulgou um novo documento detalhando o estudo realizado em parceria com o Grupo Alibaba e a Carnegie Mellon University, dos Estados Unidos. A ideia do projeto é contar com a natureza transparente e descentralizada da rede Ethereum para criar o “primeiro sistema público antipirataria”, batizado de Argus.

Argus incentiva informantes e rastreia origem da pirataria

“A antipirataria é fundamentalmente um procedimento que depende da coleta de dados da população anonimamente, portanto, como incentivar o relato confiável é uma questão central. Alianças industriais e empresas realizam campanhas de incentivo ao combate à pirataria, mas sua eficácia é questionada publicamente devido à falta de transparência”, contextualizou a Microsoft em comunicado.

No documento de 11 páginas, a Microsoft descreve o design, funcionamento e as possíveis implementações do novo sistema em blockchain. A empresa diz que o Argus será executado em um blockchain público para incentivar informantes de pirataria digital e permitir que eles permaneçam anônimos enquanto mantém um certo nível de transparência para o público em geral.

“Acreditamos que a transparência total de uma campanha é necessária para realmente incentivar as pessoas”, acrescentou. Para isso, a Microsoft quer um sistema em que cada pessoa possa “compreender seu mecanismo e ter certeza de sua execução”.

Os relatórios enviados à Argus, por exemplo, protegerão a identidade dos informantes, mas permitirão também que a empresa rastreie a origem do conteúdo pirateado, que contará com uma “marca d’água”. Trata-se de um algoritmo chamado de “prova de vazamento”, atrelado a cada relatório. Isso também impede que o mesmo caso de pirataria seja duplamente relatado.

Blockchain permite diversas verificações a baixo custo

Rede blockchain (Imagem: Tumisu/Pixabay)
Rede blockchain (Imagem: Tumisu/Pixabay)

Um blockchain é uma forma de livro-razão público, no qual todas as transações são registradas após serem autenticadas. Além disso, ao otimizar várias operações criptográficas, os relatórios de pirataria serão “reduzidos a um custo equivalente ao envio de cerca de 14 transações de ETH”, acrescentou a empresa em comunicado. Trata-se de uma solução relativamente barata considerando as taxas tipicamente altas da Ethereum.

“Com a segurança e praticidade do Argus, esperamos que as campanhas antipirataria do mundo real sejam realmente eficazes, mudando para um mecanismo de incentivo totalmente transparente”, concluiu a Microsoft.

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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