Vivo libera ativação de eSIM pelo site, mas não do jeito que você queria

Migração digital para eSIM está disponível aos clientes da Vivo com CNPJ; até quando ativar o chip virtual nas operadoras brasileiras vai ser tão difícil?

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Ativação do eSIM no iPhone (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

A Vivo anunciou uma nova ferramenta que permitirá aos clientes da operadora migrarem do chip convencional para o eSIM, sem precisar visitar uma loja da operadora. Parece bom, mas apenas contratos com planos corporativos poderão desfrutar da novidade. Afinal de contas, o que falta para o chip virtual se popularizar?

A migração para o eSIM já está disponível dentro da área Meu Vivo Empresas. A alteração só pode ser feita pelo gestor do contrato, e o serviço está disponível na mesma seção que permite trocar o chip físico.

Para usar o eSIM, é necessário possuir um smartphone compatível. De acordo com a Vivo, o serviço está disponível para quem tem iPhone XR ou superior, Motorola RAZR, Samsung Galaxy S20, S20+, S20 Ultra, S21, Fold, Z Flip, Z Fold 2, Note 20 e Note 20 Ultra. 

Migração do chip físico para eSIM no Meu Vivo Empresas (Imagem: Reprodução)
Migração do chip físico para eSIM no Meu Vivo Empresas (Imagem: Reprodução)

Nos iPhones, o eSIM é a única tecnologia que permite ao proprietário usar duas linhas de forma simultânea, como num smartphone Android dual chip. Com isso, o usuário consegue ter dois números (um pessoal e outro do trabalho, por exemplo) no mesmo aparelho, podendo ser inclusive de diferentes operadoras.

Por que o eSIM não se popularizou?

Além de nem todas as operadoras terem aderido ao formato, algo que segura a popularização do eSIM é a dificuldade de ativação. Com um chip normal é fácil: ao trocar de aparelho, basta colocar o cartão no novo dispositivo e tudo funciona. No caso do chip virtual, é necessário ler um QR Code e cadastrar alguns dados do smartphone no sistema das teles.

Algumas operadoras de outros países permitem ativar o eSIM de forma remota pelo próprio site da companhia. Tecnicamente falando isso é possível de ser feito por empresas brasileiras, mas simplificar esse processo também aumenta as chances de fraudes aconteceremse com SIM Cards físicos comuns elas já acontecem, imagina com um processo 100% eletrônico? 

Outras operadoras entregam um QR Code reutilizável: ao trocar de aparelho, basta remover o perfil do modelo antigo e escanear o código no novo. Na minha opinião, trata-se do melhor formato possível, mas infelizmente isso não foi adotado pelas teles brasileiras em que já usei eSIM (Claro e Vivo).

Para que o eSIM se popularize, as operadoras devem facilitar o acesso a tecnologia e diminuir a burocracia. Veja um exemplo prático: após anos restringindo a tecnologia apenas para clientes do pós-pago, a Vivo liberou em dezembro de 2020 a ativação do chip virtual via WhatsApp. Mesmo assim, diversas lojas da operadora não seguem o protocolo oficial e recusaram a adesão remota. Já estamos em agosto e ainda costumo receber relatos de leitores que tiveram o procedimento negado por algumas lojas.

Tecnoblog perguntou para a Vivo se há previsão para lançar o serviço de migração para o eSIM para pessoas físicas direto do site da operadora, sem envolver loja ou atendimento humano. A operadora afirmou que, “por enquanto, só presencialmente ou pelo WhatsApp”.

Com todas essas restrições fica um pouco chato usar a tecnologia eSIM, uma vez que é necessário entrar em contato com a operadora, que deve confirmar a identidade do usuário para só então liberar a ativação de um novo aparelho.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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