Artista que desenha guias de jogos da Nintendo cancela projeto no Kickstarter
Mesmo com artes autorais de Philip Summers, os Detonados Desenhados à Mão foram cancelados pelo próprio criador
Criador do projeto “Detonados Desenhados à Mão”, o artista Philip Summers estava produzindo guias com mapas e segredos para os primeiros títulos das séries Metroid, Legend of Zelda, Ninja Gaiden e Contra, com belas ilustrações desenhadas à mão. Contudo, a pedido de uma empresa não identificada, o desenhista cancelou a campanha no Kickstarter, que já havia arrecadado US$ 300 mil (cerca de R$ 1,5 milhão). Summers afirmou não ter recebido ordens judiciais, mas disse ter “problemas jurídicos”.
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Desde 2018, Summers trabalhava em guias ilustrados — não oficiais — para as quatro franquias, chamados de “Detonados Desenhados à Mão”. A ideia do artista era fazer com que os jogadores voltassem ao passado, recriando a sensação de folear detonados para passar de fase e encontrar segredos. Esses livros eram ainda mais especiais, pois contavam com as belíssimas ilustrações desenhadas à mão por Summers.
Os guias ilustrados logo fizeram sucesso no Kickstarter, chamando a atenção não só dos jogadores interessados em comprar os livros, como também de uma empresa cujo nome não foi revelado — considerando os jogos, poderia ser a Nintendo, Koei Tecmo ou Konami —, que não ficou feliz ao ver uma pessoa lucrando com suas propriedades intelectuais. No último sábado (4), Summers anunciou o fim do projeto com a seguinte fala:
“Esta noite eu cancelei o Kickstarter dos Detonados Desenhados à Mão. Sim, pelo exato motivo que vocês estão pensando. Eu esperava poder lidar com qualquer problema jurídico, mas infelizmente não fui capaz de fazer isso. O projeto acabou para sempre? Não sei ainda. Vou descobrir nos próximos dias”.
Philip Summers, criador dos Detonados Desenhados à Mão.

Summer disse não ter sido processado
Por mais que tenha citado “problemas jurídicos” no anúncio do cancelamento, Summers explicou no Twitter que não foi processado. O artista não quis entrar em detalhes sobre o motivo que o fez fechar a campanha. De acordo com Summers, ele ainda vai conversar com a empresa envolvida no caso.
“Eu cancelei a campanha. Eu nunca mencionei qual empresa [pediu o cancelamento]. Esse projeto não recebeu uma ordem judicial. Haverá uma conversa entre as partes. A parte envolvida tem sido educada e eu espero que algo possa ser feito. Eles têm todo o direito de agir como estão”, tweetou Summers.
Criador dos detonados sabia dos riscos do projeto
Mesmo desapontado, Summers sabia dos riscos ao comercializar os guias. Além das dificuldades de produzir os detonados em massa e enviar para todo o mundo, existia a chance de alguma empresa implicar com a venda dos livros. Após cancelar o projeto, o artista aproveitou o anúncio para agradecer aos apoiadores.
“O que eu sei é que este último mês foi incrível. Todos vocês se uniram de maneiras que eu não pensei que fossem possíveis. Foi uma viagem incrível e não importa o que aconteça, sempre serei grato por isso. Sempre soube que fazer isso era arriscado, mas observei como outros livros semelhantes lidaram com esse tipo de problema e tentei o meu melhor para aprender com eles”.
Philip Summers, criador dos Detonados Desenhados à Mão.

Vale destacar que os detonados tinham apenas ilustrações autorais de Summers. Os três guias seriam lançados em fevereiro de 2022 e estavam sendo vendidos por US$ 25 (R$ 130) cada um. Nos próximos dias, os usuários que colaboraram com o projeto não terão a quantia cobrada. As ilustrações e a descrição completa ainda estão disponíveis na página do Detonados Desenhados à Mão no Kickstarter.
Essa não é a primeira vez que projetos interessantes criados por fãs são desativados por empresas. Inclusive, processos contra artistas e modders até já viraram piada entre a comunidade gamer. É uma pena saber que os detonados com as artes de Summers não vão chegar às prateleiras dos jogadores.
Com informações: Kotaku.
Atualização em 6 de setembro, às 15h35: texto atualizado com o tweet de Philip Summers, no qual explicou não ter recebido uma ordem judicial e que havia cancelado o projeto por conta própria.