Google diz que a palavra mais buscada no Bing é… Google

Declaração foi dada por advogado do Google em processo para recorrer da multa de 4,3 bilhões de euros aplicada pela União Europeia em 2018

Bruno Gall De Blasi
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Google e Microsoft já cooperaram, mas vão voltar a se atacar (Imagem: Solen Feyissa/ Unsplash)

Google recebeu uma multa de 4,3 bilhões de euros por violar as regras europeias de concorrência em 2018. Depois, a companhia recorreu à corte da União Europeia para reverter a pena no caso antitruste envolvendo o Android. E para se defender da condenação e justificar a popularidade de seu buscador, a companhia argumentou que a palavra mais buscada do Bing é nada mais nada menos que… “Google”.

É o que conta a Bloomberg nesta terça-feira (28). A declaração foi feita pelo advogado da empresa, Alfonso Lamadrid, à corte para argumentar que as pessoas utilizam o buscador por escolha própria, e não porque são obrigadas. “Enviamos evidências que mostram que a consulta de pesquisa mais comum no Bing é de longe o Google”, disse.

Se o termo é o mais pesquisado do Bing ou não, o fato é que o Google possui uma popularidade notável: segundo o site de métricas Statcounter, o buscador alcançou a liderança do mercado global com 92% de participação em agosto de 2021. O Bing e o Yahoo vêm na segunda e terceira colocações, respectivamente, com 2,4% e 1,5%.

A situação é similar na Europa. A ferramenta de busca também é a mais popular do continente, com 93,2% de market share, e é acompanhada pelo Bing (2,9%) e Yandex (1,5%). No Brasil, o Google aparece na liderança com 96,8% de participação, enquanto o Bing (1,9%) permanece na segunda colocação. O Yahoo (1%) está em terceiro lugar.

Android foi alvo de caso antitruste na Europa em 2018 (Imagem: freestocks.org/Pexels)
Android foi alvo de caso antitruste na Europa em 2018 (Imagem: freestocks.org/Pexels)

União Europeia multou Google em caso antitruste

A fala é parte de um processo para contestar uma multa de 4,3 bilhões de euros aplicada à empresa há três anos. Em julho de 2018, a Comissão Europeia condenou o Google por violar leis antitruste. A decisão foi tomada a partir do entendimento de que a companhia se aproveitava da liderança do Android para forçar as fabricantes a incluírem a sua busca e o Chrome em troca de uma licença da Play Store.

“O Google usou o Android como veículo para consolidar o domínio de seu mecanismo de busca”, argumentou Margrethe Vestager, comissária europeia para concorrência, na época. “As práticas negaram aos rivais a chance de inovar e competir nos méritos. Elas negaram aos consumidores europeus os benefícios da concorrência efetiva na importante esfera de dispositivos móveis”. 

O CEO do Google, Sundar Pichai, também reagiu à medida. “A decisão da Comissão sobre o Android ignora a nova gama de opções e evidências claras sobre como as pessoas usam seus telefones hoje”, disse. Ainda segundo o executivo, a decisão “rejeita o modelo de negócios do Android, que criou mais opções para todos, não menos”.

Com informações: BBCBloomberg e Statcounter

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Bruno Gall De Blasi

Bruno Gall De Blasi

Ex-autor

Bruno Gall De Blasi é jornalista e cobre tecnologia desde 2016. Sua paixão pelo assunto começou ainda na infância, quando descobriu "acidentalmente" que "FORMAT C:" apagava tudo. Antes de seguir carreira em comunicação, fez Ensino Médio Técnico em Mecatrônica com o sonho de virar engenheiro. Escreveu para o TechTudo e iHelpBR. No Tecnoblog, atuou como autor entre 2020 e 2023.

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