Regras do YouTube contra desinformação passam a valer para todas as vacinas

Medidas antes se aplicavam apenas a conteúdos antivacina ligados a COVID-19; relatos, conteúdos históricos e comentários sobre políticas continuam liberados

Giovanni Santa Rosa
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
YouTube (Imagem: Christian Wiediger/ Unsplash)

O YouTube anunciou que vai ampliar suas políticas contra desinformação sobre saúde para além das vacinas contra COVID-19. A partir de agora, será removido todo conteúdo com afirmações falsas sobre qualquer imunizante com eficácia e segurança aprovadas pela Organização Mundial da Saúde e por autoridades locais.

Conteúdos que associam vacinas a câncer, autismo, infertilidade ou outras doenças, que dizem que as substâncias contêm dispositivos para rastrear as pessoas, que questionem sua eficácia ou que tragam informações falsas sobre as substâncias contidas nos imunizantes serão deletados.

O YouTube explica que a política vale tanto para conteúdos sobre vacinas em geral quanto sobre imunizantes para doenças específicas, como sarampo ou hepatite B, por exemplo.

A plataforma de vídeos diz ter consultado especialistas em saúde pública para formular essas novas políticas. Ao procurar por efeitos colaterais das vacinas, o site vai mostrar informações fornecidas por autoridades no assunto e baseadas no consenso científico.

Como as regras vão funcionar

Vídeos que se enquadrem na nova regra serão deletados. Se for a primeira vez que o canal que publicou o conteúdo violou as diretrizes da comunidade, não haverá punição adicional. Caso contrário, a conta leva um strike; três strikes em 90 dias levam à exclusão do canal.

O YouTube também derrubou canais famosos por seu conteúdo antivacina, como os de Joseph Mercola (considerado o mais influente disseminador de fake news sobre o coronavírus) e de Robert F. Kennedy Jr. (sobrinho do ex-presidente americano e famoso militante contra os imunizantes). A rede também diz ter derrubado mais de 130 mil vídeos desde que começou a combater esse tipo de prática.

Aplicativo do YouTube (Imagem: Hello I'm Nik/Unsplash)
Aplicativo do YouTube (Imagem: Hello I’m Nik/Unsplash)

Relatos e história ainda são permitidos

O YouTube explica que nem todo conteúdo sobre vacinas será removido. Comentários sobre políticas de vacinação, testes e estudos continuam liberados. Outra exceção importante são os vídeos com histórico dos imunizantes, comentando sucessos e fracassos.

Relatos pessoais também estão liberados, desde que não violem outras políticas da comunidade e que o canal não promova sistematicamente a hesitação vacinal.

As políticas de outras redes

O YouTube segue os passos do Facebook, que expandiu os critérios usados para derrubar conteúdo antivacina em fevereiro deste 2021. As regras se aplicam também ao Instagram.

Já o Twitter instituiu em março um sistema de até cinco strikes para lidar com publicações desse tipo. As medidas incluem colocar rótulos de desinformação nos tweets, suspensões temporárias e, na quinta violação, derrubada definitiva da conta.

Com informações: YouTube, TechCrunch

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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