Projeto brasileiro quer levar pagamento por biometria facial ao varejo

Uze e Universidade Federal da Bahia estão desenvolvendo soluções de pagamento usando a biometria facial para validar transações; piloto deve chegar ao varejo em novembro

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Representação de reconhecimento facial (Imagem: Gerd Altmann/Pixabay)

Já imaginou realizar uma compra usando o seu rosto como fator de autenticação? Um projeto completamente brasileiro está trabalhando justamente nisso, a fim de desenvolver soluções de pagamentos usando a biometria facial para validar cada transação. Com essa tecnologia, poderíamos usar não apenas senhas, impressões digitais e aproximação de cartão, mas também nossos rostos para aumentar a segurança de nossas finanças.

Trata-se de um projeto da Uze, empresa especializada em crédito para o varejo, em parceria com a Universidade Federal da Bahia e realizada através do Instituto Euvaldo Lodi. Assim, a inciativa 100% nacional busca melhorar a experiência de consumidores através de uma série de inovações.

A primeira delas, que já está em andamento, é uma solução tecnológica para pagamentos que se utiliza da biometria facial como fator de validação das transações. O objetivo é ampliar as possíveis opções de autenticação enquanto facilita a experiência do consumidor.

Pandemia incentivou novas soluções de pagamentos

Conforme apontado pela Uze em comunicado à imprensa, as inovações nos meios de pagamento se tornaram uma forte tendência de mercado, especialmente quando a pandemia de COVID-19 forçou o mundo todo a pensar em opções mais seguras e sem contato físico para realizar pagamentos presenciais.

“Os clientes estão cada vez mais exigentes, gostam de comodidade e, com a pandemia, quanto menor o contato físico com os dispositivos no momento do checkout, melhor e mais segura será a experiência do usuário”, diz André Vilas, Co-CEO da Uze.

Um estudo da Economist Intelligence Unit revelou que a biometria facial deverá se tornar o método de autenticação dominante nos pagamentos ainda nesta década. Mas, é claro, há obstáculos a serem enfrentados também. Por mais que o rosto de cada um seja único, esse sistema de validação não está imune a fraudes, por isso essa tecnologia deverá ser preparada para todas as possíveis brechas de segurança.

Software piloto será testado no varejo em novembro

Biometria protege os pagamentos (Imagem: Divulgação/WhatsApp)
Biometria protege os pagamentos (Imagem: Divulgação/WhatsApp)

O acordo com a Universidade Federal da Bahia vai até dezembro de 2021, com a possibilidade de renovação conforme o projeto apresente resultados. “Como é a primeira vez que estamos fazendo a parceria, estamos querendo testar o modelo de trabalho para concluir se ambas as partes se adaptam e futuramente escalar novos projetos”, explica Thirza Cardona Franca, chefe de desenvolvimento e Inovação da Uze. A executiva também revelou que a empresa está em contato com mais instituições voltadas à pesquisa e inovação.

O projeto piloto está sendo atualmente desenvolvido com a participação do departamento de inovação da Uze e de quatro pesquisadores da Universidade Federal da Bahia. As primeiras versões de teste do software começaram a rodar no final de agosto e deverão ser efetivamente implementadas em comércios parceiros a partir de novembro.

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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