Kernel Linux 5.15 chega com suporte melhorado ao NTFS e a chips Apple M1

Kernel Linux 5.15 também melhora compatibilidade com placas de vídeo Intel Arc e processadores AMD

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Tux no Ubuntu Linux (imagem ilustrativa: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Linus Torvalds fez o anúncio oficial do Linux 5.15 na noite do último domingo (31). A nova versão não tem grandes novidades, mas é interessante por melhorar a compatibilidade do kernel com vários recursos, entre eles, o sistema de arquivos NTFS (nativo do Windows), as placas de vídeo Intel Arc e os chips Apple M1.

NTFS com mais desempenho no Linux

Há anos que é possível acessar partições NTFS em distribuições Linux. Quem o faz frequentemente utiliza a implementação existente no próprio kernel ou o driver NTFS-3G, solução apresentada em 2006 para superar a dificuldade existente até então de se fazer operações de escrita com esse sistema de arquivos no Linux.

Embora cumpra o seu papel, o NTFS-3G é considerado lento. O Linux 5.15 melhora o suporte ao sistema de arquivos da Microsoft por incorporar o NTFS3. Esse é um driver desenvolvido pela Paragon Software. A empresa é conhecida por vários produtos, entre eles, uma ferramenta que permite ao Linux ter bom desempenho com o NTFS.

Como esse sistema de arquivos já não é tão demandado comercialmente, a Paragon decidiu, há pouco mais de um ano, contribuir com o kernel fornecendo o NTFS3. Foi um processo trabalhoso, afinal, o código original tem cerca de 27 mil linhas e a empresa teve que se adaptar à forma de trabalho dos desenvolvedores do Linux. Vemos agora que os esforços deram resultado.

Suporte melhorado a chips gráficos e CPUs

Para a maioria dos usuários, os esforços contínuos para adicionar suporte a GPUs e CPUs são os que mais importam em uma atualização do kernel. Quanto a isso, o Linux 5.15 não desaponta.

Um dos trabalhos mais difíceis nesse sentido é o de permitir que o Linux aproveite todo o potencial de Macs equipados com o chip Apple M1. Graças aos esforços do desenvolvedor Hector Martin (Marcan), esse cenário vem, aos poucos, sendo transformado em realidade.

As contribuições de Marcan permitiram ao Linux 5.13 trazer suporte inicial ao M1. No Linux 5.15, o suporte completo ao chip da Apple não foi alcançado, mas a versão melhora a compatibilidade disponível atualmente ao acrescentar um driver IOMMU para gerenciamento avançado de memória.

Também há novidades para chips Intel. A nova versão do kernel melhora o suporte aos recém-anunciados processadores Core de 12ª geração (Alder Lake), bem como traz compatibilidade inicial com as placas de vídeo dedicadas Intel Arc (Alchemist).

Os Chips AMD não foram esquecidos. O kernel finalmente tem suporte ao monitoramento de temperatura de APUs com arquitetura Zen 3, por exemplo.

Linux 5.15: disponibilidade

Os recursos mencionados no texto correspondem aos principais atributos da nova versão do kernel, mas não são os únicos. Outros recursos são listados no anúncio oficial publicado por Linus Torvalds.

Já a adoção do Linux 5.15 pelas distribuições depende do ciclo de atualização de cada uma. De todo modo, o código-fonte do kernel está disponível para quem tiver disposição (e conhecimento) para compilá-lo.

Com informações: OMG! Ubuntu!, Phoronix.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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