Power Fx, linguagem “low code” da Microsoft, agora tem código aberto

Power Fx segue a linguagem de fórmulas do Excel; essa é mais uma iniciativa que a Microsoft transforma em open source

Emerson Alecrim
Por
• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Projeto em Power Fx (imagem: reprodução/Microsoft)

Em março, durante o evento Ignite 2021, a Microsoft apresentou o Power Fx. Trata-se de uma linguagem de programação low code, isto é, que possui uma abordagem de codificação mais simples que a convencional. A proposta, que já era atraente, acaba de ficar mais interessante: agora, o projeto tem código-fonte aberto (open source).

O conceito de low code

Uma plataforma low code (baixo código, em tradução livre) é aquela em que o usuário pode desenvolver um aplicativo ou uma ferramenta online, por exemplo, escrevendo um número tão reduzido quanto possível de linhas de código.

Para tanto, parte do trabalho pode ser feita por meio de elementos pré-prontos ou componentes visuais, por exemplo, no melhor estilo “arrastar e soltar”.

é por isso que, não raramente, a ideia é confundida com o no code (sem código), mas os conceitos são diferentes entre si. Via de regra, o low code não exige grandes conhecimentos de programação, mas requer que o usuário saiba o básico sobre o assunto.

Um projeto feito em no code, por sua vez, pode ser desenvolvido por uma pessoa que tem pouco ou nenhum conhecimento de programação. É possível, por exemplo, executar esse trabalho inteiramente por meio da interligação de componentes visuais em uma plataforma de desenvolvimento específica para isso.

Power Fx “fala a língua” do Excel

Assim que anunciado, o Power Fx atraiu os olhares não só por propor uma dinâmica de desenvolvimento simplificada, mas também por aproveitar um recurso existente há muito tempo: a linguagem de fórmulas do Excel. A Microsoft dá os detalhes:

O Power Fx não só compartilha a sintaxe e as funções do Excel, mas também se comporta de maneira parecida. Como no Excel, as fórmulas são declarativas e recalculadas instantaneamente, como em uma planilha. Os criadores têm a vantagem de informar ao aplicativo o que eles querem que ele faça, sem ter que descrever como ou quando — o Power Fx faz isso para você, deixando os desenvolvedores livres da tediosa tarefa de manter variáveis e tabelas de dados atualizadas manualmente.

Embora a Microsoft admita que o projeto foi inspirado em ferramentas ou linguagens como Pascal, Mathematica e Miranda, o Excel é mesmo a principal referência.

Há várias razões para isso. Uma delas é o fato de o Power Fx ser destinado à Microsoft Power Platform, um conjunto de ferramentas voltado ao desenvolvimento e impulsionamento de negócios. Esse ambiente é muito acessado por profissionais que são familiarizados com o Excel.

O comportamento de planilha também é uma vantagem. Por exemplo: no Excel, é comum que fórmulas façam referência a valores existentes em uma ou mais células; se estas forem atualizadas, todas as células dependentes delas também o serão, automaticamente. O Power Fx é capaz de reproduzir essa dinâmica.

Power Fx (imagem: reprodução/Microsoft)
Power Fx (imagem: reprodução/Microsoft)

Power Fx é open source

No anúncio oficial, feito em março, a Microsoft informou que o projeto teria código-fonte aberto. A a companhia finalmente cumpriu a promessa (até então, somente a documentação era open source): nesta semana, o Power Fx passou a ser disponibilizado sob uma licença MIT.

Com isso, a expectativa é a de que a linguagem seja adotada em outras iniciativas que admitem projetos low code (e não se limite ao ecossistema de desenvolvimento da Microsoft, portanto) e receba colaborações por parte da comunidade.

Certamente, contribuições para o projeto serão bem-vindas, afinal, o Power Fx é uma iniciativa nova e, como tal, tem muito espaço para aperfeiçoamentos.

O código-fonte pode ser obtido na página do Power Fx no GitHub. Uma introdução à linguagem pode ser conferida na documentação online do projeto.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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