Claro, TIM e Vivo terão 5G mais rápido (e mais raro) de ondas milimétricas

Frequência de 26 GHz não teve muita competição no leilão do 5G da Anatel; Algar, Fly Link e Neko Telecomunicações ambém arremataram espectro mmWave

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
5G (Imagem: Reprodução/Google)

O leilão do 5G continuou nesta sexta-feira (5), e a Anatel licitou frequências de 26 GHz. Claro, TIM e Vivo arremataram lotes nacionais do espectro, que permite o funcionamento da versão mais rápida do 5G através de ondas milimétricas (mmWave).

Os lotes nacionais foram arrematados pelo preço mínimo:

OperadoraFrequências de 26 GHz compradasPreço pago
Claro2 blocos nacionais de 200 MHz
Licença de 20 anos
R$ 52,8 milhões em cada bloco
Vivo3 blocos nacionais de 200 MHz
Licença de 20 anos
R$ 52,8 milhões em cada bloco
TIM1 bloco nacional de 200 MHz
Licença de 10 anos
R$ 27 milhões

No final das contas, quatro blocos nacionais de 200 MHz não foram vendidos e ficaram desertos. A Anatel também licitou blocos regionais, e a TIM adquiriu capacidade extra para o Sul, São Paulo e demais estados da região Sudeste (exceto nas áreas originalmente cobertas pela Algar).

A aquisição da frequência de 26 GHz carregam o compromisso de levar internet de qualidade para escolas públicas. Como nem todos os blocos foram vendidos, o montante destinado à educação é de cerca de R$ 3,2 bilhões, contra os R$ 7 bilhões caso todo o espectro fosse liquidado.

Além do mmWave, Claro, TIM e Vivo também compraram o direito de uso da faixa de 3,5 GHz. Cada operadora terminou o leilão com 100 MHz de capacidade na frequência mais importante para o 5G.

Regionais também arremataram frequência de 26 GHz

Além do trio de operadoras, três companhias regionais arremataram frequências para operar com o 5G de ondas milimétricas. São elas:

OperadoraRegiãoEspectro arrematado
Algar TelecomParte dos estados de MG, SP, GO e MT5 blocos de 200 MHz, totalizando 1 GHz
Licença de 20 anos
Fly LinkParte dos estados de MG, SP, GO e MT1 bloco de 200 MHz
Licença de 20 anos
Neko TelecomunicaçõesEstado de São Paulo
(exceto nas áreas atendidas pela Algar)
1 bloco de 200 MHz
Licença de 10 anos

A Algar também arrematou licenças de 2,3 GHz e 3,5 GHz na sua área de atuação. No entanto, Fly Link e Neko não conseguiram espectro em nenhuma outra frequência nesse leilão.

Não espere muita cobertura de 5G com 26 GHz

As frequências de 26 GHz permitem entregar a versão mais rápida do 5G, com vários gigabits por segundo e muitos dispositivos simultâneos. No entanto, trata-se de uma tecnologia difícil de lidar: o alcance do espectro de mmWave é muito baixo, e o sinal ser afetado com pouquíssimos metros de distância da antena ou mesmo por obstáculos comuns como vidros e árvores.

Para ter uma boa cobertura com as ondas milimétricas é necessário ter uma quantidade muito grande de antenas. Na prática, o 5G mmWave será um complemento ao 5G nas frequências Sub-6, como os 3,5 GHz que foram licitados ontem. É uma tecnologia ideal para ser aplicada em locais com grande trânsito de pessoas, como estádios de futebol, espaços para shows, aeroportos, shoppings e avenidas muito movimentadas.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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