Google Maps indica rota potencialmente fatal durante tempestade e é criticado

Sugestão do Google Maps para desvio de estradas fechadas levava motoristas para regiões perigosas e prejudicadas por uma nevasca nos EUA

Ana Marques
Por
Google Maps no Android (Imagem: Deepanker Verma/Pixabay)

A tecnologia, e em especial, os algoritmos, são grandes aliados da sociedade, permitindo o desenvolvimento de recursos que facilitam o nosso dia a dia. Mas vez ou outra, até sistemas com vários anos de estrada, como o Google Maps, se confundem e acabam cometendo erros — é menos frequente hoje em dia, mas esses desvios de percurso podem custar caro, sendo potencialmente fatais. Foi o que aconteceu recentemente com usuários nos Estados Unidos, durante uma tempestade de neve.

Como reportou o SFGate na terça-feira (28), posts em redes sociais acusavam o aplicativo de mapas do Google de sugerir uma rota com grandes riscos de acidentes fatais como alternativa para viajantes na região da Serra Nevada.

Segundo os usuários, quem estava próximo ao Lago Tahoe, na divisa entre a Califórnia e Nevada, era redirecionado para atalhos perigosos já que as rodovias principais estavam interditadas devido às condições climáticas. Ciente das tentativas de desvio, o Serviço Florestal dos EUA emitiu um alerta:

“Aos que estão tentando usar a Rollins Lake para escapar do fechamento da I-80: Vocês. Não. Vão. Conseguir. A I-80 permanece FECHADA entre Applegate e a divisa do estado de Nevada. Você será desviado e colocará em risco as equipes que estão trabalhando para remover árvores derrubadas, neve etc.”

Uma professora de Ciências Florestais fez uma crítica ao Google no Twitter, marcando o perfil do Maps: “Vocês estão enviando pessoas para a morte por uma estrada florestal mal conservada em uma forte nevasca. Contratem pessoas que possam lidar com tempestades de inverno em seu código”, diz um trecho da publicação.

https://twitter.com/pyrogeog/status/1475620399463292928

O print publicado por Crystal A. Kolden mostra uma rota pela rodovia Marysville, afirmando que este é o “caminho mais rápido no momento”. O app avisa ainda que o trecho evita interdições na auto-estrada I-80. Como explicou o Phone Arena, trata-se de um caminho estreito que atravessa a Floresta Nacional de Tahoe.

Google Maps já indicou destinos perigosos no Brasil

Apesar de ter ocorrido nos Estados Unidos, o caso acima é apenas mais um dos exemplos de quando a tecnologia não prevê situações do cotidiano que podem dar errado. No Brasil, há alguns anos, eram comuns as notícias de turistas que iam parar em regiões perigosas por seguir o GPS de aplicativos sem conhecer direito o local.

Eu mesma já passei por situações tensas, quando fui direcionada por apps para regiões que aparentemente cortariam o caminho para desviar do trânsito, e me fariam chegar mais cedo em casa, mas que na verdade colocavam a minha segurança em risco.

Em 2017, um caso repercutiu por dias na mídia: uma mulher argentina foi baleada no Rio de Janeiro, ao entrar por engano no Morro dos Prazeres, no bairro de Santa Teresa.

Em 2019, o então prefeito da cidade, Marcelo Crivella, sancionou uma lei que obrigada aplicativos de mapas e navegação, como o Google Maps e o Waze, a avisarem aos usuários quando uma região é considerada área de risco, de acordo com as informações da Secretaria de Segurança Pública e outros órgãos especializados em segurança.

E você, leitor, já esteve em situações complicadas por causa de algum aplicativo de GPS? Conta pra gente na Comunidade do Tecnoblog.

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Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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