PCIe 6.0 é oficial e promete SSDs e placas de vídeo ainda mais rápidas

PCI Express 6.0 tem o dobro da largura de banda da versão 5.0, mas deve atender a datacenters antes de chegar a PCs

Emerson Alecrim
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Slots PCI Express em placa-mãe da Asus (imagem: divulgação/Asus)
Slots PCI Express em placa-mãe da Asus (imagem: divulgação/Asus)

Dispositivos baseados no PCI Express 4.0 começaram a chegar há pouco tempo ao mercado, mas uma nova versão está a caminho: nesta semana, a PCI-SIG, entidade responsável pela tecnologia, anunciou as especificações finais do PCI Express 6.0 (PCIe 6.0). Se você acha que a novidade chega com promessa de mais desempenho, achou certo.

É estranho esse anúncio ser feito agora. O mercado ainda está repleto de dispositivos baseados no PCIe 3.0 e só de alguns meses para cá é que o PCIe 4.0 começou a ganhar força. Temos ainda o PCIe 5.0, que já é suportado por processadores da família Intel Alder Lake e, em breve, deve ganhar espaço na AMD.

Mas não pense que a PCI-SIG está apressando as coisas. Na verdade, a organização fala em lançar o PCI Express 6.0 desde meados de 2019. De lá para cá, as especificações da nova versão foram sendo definidas. O resultado é uma tecnologia que promete uma largura de banda deveras generosa.

O que o PCIe 6.0 traz de novo?

O principal atrativo do PCIe 6.0 é a largura de banda, que chega a 256 GB/s (gigabytes por segundo). Para você ter ideia, essa taxa é o dobro daquilo que é oferecido pelo PCI Express 5.0 que, por sua vez, dobra a largura de banda alcançada pela versão 4.0:

  • PCIe 1.0: 8 GB/s
  • PCIe 2.0: 16 GB/s
  • PCIe 3.0: 32 GB/s
  • PCIe 4.0: 64 GB/s
  • PCie 5.0: 128 GB/s
  • PCIe 6.0: 256 GB/s

A taxa de 256 GB/s pode ser alcançada quando a conexão PCI Express 6.0 trabalha com 16 vias de transmissão (x16) em modo full duplex (recebendo e enviando dados ao mesmo tempo). Conexões baseadas em uma única via (x1) podem atingir 16 GB/s, taxa que, por si só, equivale ao dobro daquilo que a primeira versão da tecnologia pode alcançar trabalhando em x16.

Como isso é possível? A PCI-SIG teve que mudar alguns parâmetros da tecnologia. Uma das alterações mais impactantes é o uso da tecnologia PAM4 (Pulse-Amplitude Modulation 4) no lugar da NRZ (Non-Return-to-Zero).

O PAM4 consiste, basicamente, em um padrão que modula a amplitude do sinal da transmissão em quatro estados elétricos em vez de dois: a tecnologia pode representar os valores binários 00, 01, 10 e 11 enquanto o NRZ se limita a 0 e 1.

A tradução disso tudo é esta: a taxa de transferência de dados aumenta expressivamente, mesmo não havendo mudanças na quantidade de vias de transmissão. Não surpreende, portanto, que o PAM4 também possa ser encontrado em memórias GDDR6X ou em redes baseadas em 400G Ethernet, por exemplo.

É claro que há outros padrões que contribuem para a nova versão do PCI Express ser promissora. Entre eles está o FEC (Forward Error Correction), para correção de erros, e o FLIT (FLow Control Unit), para organizar os dados da transmissão em conjuntos de tamanho fixo.

Quando o PCIe 6.0 chega ao mercado?

Não é exagero imaginar o PCI Express 6.0 servindo como base para placas de vídeo mais poderosas que as de hoje ou para SSDs mais rápidos que os modelos avançados disponíveis atualmente. Mas isso ficará para um futuro relativamente distante.

A própria PCI-SIG destaca que a tecnologia atenderá inicialmente a aplicações de datacenter. Isso não deverá acontecer antes de 2023. Em PCs domésticos, o PCIe 6.0 deve começar a aparecer em 2024 ou 2025. E olha que essas são previsões otimistas.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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