Celulares da Xiaomi passam por análise após acusação de censurar termos

Lituânia acusou Xiaomi de bloquear termos políticos em seus apps para smartphones, mas investigação alemã não encontrou evidências

Giovanni Santa Rosa
Por
Xiaomi 12 Pro (Imagem: Reprodução)

A autoridade de cibersegurança da Alemanha (BSI) fez um exame técnico em alguns smartphones da Xiaomi vendidos no continente. A conclusão é que não há evidências de censura de termos, ao contrário do que dizia uma acusação da Lituânia feita no ano passado.

Em uma declaração feita por um porta-voz da BSI à Reuters, o órgão diz não ter encontrado nenhuma anomalia que exija uma investigação mais detalhada ou outras medidas.

Comentando o assunto, um representante da Xiaomi diz que o resultado confirma o compromisso da marca em operar com transparência e tendo a privacidade e a segurança como prioridade máxima.

Em setembro de 2021, o Ministério da Defesa da Lituânia disse ter encontrado um total de 449 termos que a Xiaomi supostamente poderia censurar em seus apps de smartphone, como o navegador. A lista incluía expressões como “Tibete livre”, “independência de Taiwan” e “movimento democrático”.

Além disso, dados de uso criptografados seriam encaminhados para um servidor em Singapura.

Xiaomi foi acusada de bloqueio de apps na China

Não é a primeira vez que a Xiaomi fica sob suspeita de censura e vigilância. Recentemente, a empresa começou a colocar um mecanismo anti-fraude em seus smartphones. No entanto, usuários chineses dizem que o recurso faz mais do que isso.

Xiaomi Mi 11 Lite (Imagem: N.Tho.Duc/Unsplash)
Xiaomi Mi 11 Lite (Imagem: N.Tho.Duc/Unsplash)

De acordo com relatos, a ferramenta bloqueia aplicativos populares no país, como algumas câmeras que usam o Gcam como base, o YouTube Vanced, o BillRoaming (que permite instalar APKs que não estão nas lojas) e um app para mudar de 5G para 4G.

Por outro lado, aplicativos banidos na China, como o YouTube oficial e o ExpressVPN, ainda podem ser instalados.

Na rede social Weibo, usuários disseram que só iriam comprar a versão global (que não conta com a ferramenta anti-fraude) ou que não vão instalar a MIUI 13. A empresa nega que o recurso bloqueie apps — ele apenas emitiria avisos sobre chamadas de spam.

Com informações: Android Central.

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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