Esponja de grafeno feita no Brasil pode ajudar a despoluir Baía de Guanabara

Esponja de grafeno apresentada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro remove materiais oleosos de superfícies aquáticas

Bruno Gall De Blasi
Por
Governo do Estado do Rio de Janeiro revela esponja de grafeno para limpar superfícies de mares, lagoas e rios (Imagem: Divulgação)

O Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou uma tecnologia nacional que pode ajudar a despoluir a Baía de Guanabara nesta sexta-feira (14). Trata-se de uma esponja super hidrofóbica de grafeno que traz um material reutilizável capaz de remover materiais oleosos de superfícies aquáticas com maior rapidez que as tecnologias atuais. A inovação foi apresentada pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro durante a Rio Innovation Week (RIW).

A tecnologia utiliza grafeno, um material que, de acordo com a secretaria, “se apresenta de forma abundante no Brasil”. O projeto visa oferecer uma solução para realizar a limpeza de mares, lagoas e rios de uma maneira mais ágil e eficiente. Segundo o coordenador da UCSGraphene, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da esponja de grafeno, a inovação se destaca por ter a manutenção facilitada.

“Essa é uma esponja modificada em que o grafeno é colocado com a função de tornar ela super repelente onde está o material. Por exemplo, o diesel é puxado pela esponja, mas a água não é absorvida”, explicou o coordenador Diego Piazza. “Ela funciona como um filtro que separa tudo que é água dos demais elementos que estão presentes na solução, como por exemplo o óleo que está na Baía da Guanabara.”

Esponja de grafeno promete puxar óleo e ser reutilizável

Piazza ainda ressaltou que a tecnologia é simples e eficiente. O coordenador conta que a novidade “tem uma capacidade de absorver, de puxar esse óleo em 70 vezes o próprio peso da esponja”. O custo baixo também entra na listas de vantagens, já que, de acordo com o cientista, a ferramenta é mais barata do que as tecnologias usuais.

A questão do reaproveitamento também é ressaltada pelo diretor da Zextec, empresa gaúcha que participou do desenvolvimento do projeto. “É um produto completamente diferenciado daquilo que existe hoje no mercado, inclusive lá fora. Ele é muito melhor e reutilizável, além de ter baixo custo”, disse o diretor Hugo Souza. “Pode ser reciclado no final, e, inclusive, podemos reutilizar o óleo e a própria espuma, enquanto, com outros produtos, se perde tudo.”

Segundo o Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Dr. Serginho, a esponja de grafeno já tem um destino. “É muito animador ter uma tecnologia dessas chegando ao Rio de Janeiro”, disse. “A cidade que representa o Brasil tem uma questão a resolver: a despoluição da Baía de Guanabara é um dos nossos principais objetivos, assim que esta tecnologia esteja disponível em grande escala.”

Com informações: Governo do Estado do Rio de Janeiro

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Bruno Gall De Blasi

Bruno Gall De Blasi

Ex-autor

Bruno Gall De Blasi é jornalista e cobre tecnologia desde 2016. Sua paixão pelo assunto começou ainda na infância, quando descobriu "acidentalmente" que "FORMAT C:" apagava tudo. Antes de seguir carreira em comunicação, fez Ensino Médio Técnico em Mecatrônica com o sonho de virar engenheiro. Escreveu para o TechTudo e iHelpBR. No Tecnoblog, atuou como autor entre 2020 e 2023.

Canal Exclusivo

Relacionados