Pesquisa mostra por que WhatsApp Pay perdeu para o Pix no Brasil

Estudo indica que maioria dos usuários que transferiram pelo WhatsApp Pay no Brasil preferem usar o Pix para realizar pagamentos

Pedro Knoth
Por
• Atualizado há 7 meses
Pix (Imagem: Divulgação/Banco Central)
Pix (Imagem: Divulgação/Banco Central)

A maioria dos usuários do WhatsApp Pay diz que prefere transferir usando o Pix, do Banco Central. De acordo com uma pesquisa feita pelo Mobile Time em parceria com a consultoria Opinion Box, os brasileiros que usam o mensageiro também acreditam que a ferramenta do BC é mais prática e fácil para transferir valores. Apesar desse cenário, o recurso do WhatsApp está atraindo mais pessoas, ao mesmo tempo em que gera desconfiança.

O WhatsApp Pay chegou no Brasil em maio de 2021, integrado aos cartões de bancos como Nubank, Itaú e Bradesco. Com a ferramenta, a transferência é feita através da Facebook Pagamentos, braço financeiro da empresa fundada por Mark Zuckerberg, e protegido por tokens que impedem o vazamento de informações sensíveis.

Mas o WhatsApp Pay vem sendo ofuscado pelo Pix, que completou 1 ano de sua criação em novembro. A ferramenta pode ser usada por qualquer correntista bancário, inclusive empresas, e caiu na graça dos brasileiros pela simplicidade.

De acordo com uma pesquisa realizada em dezembro do ano passado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o Pix foi usado pelo menos uma vez por 70% da população. O número de chaves — códigos usados para receber uma transferência — se aproximava de 400 milhões na última vez em que o Pix bateu recorde de transações diárias.

O resultado não poderia ser diferente: 80% dos usuários do WhatsApp Pay preferem a ferramenta do BC na hora de transferir dinheiro.

O WhatsApp Pay é mais usado entre homens (20%) do que mulheres (14%), de acordo com o estudo. Além disso, os jovens entre 16 e 29 anos costumam usar mais a ferramenta (23%) do que adultos de 30 a 40 anos (13%).

Há sinais de avanço na base de usuários do WhatsApp Pay. Seis meses atrás, apenas 7% dos que navegavam pelo WhatsApp haviam cadastrado um cartão de débito ou de função múltipla na plataforma. Entre agosto de 2021 e janeiro de 2022, esse percentual cresceu para 17%, e agora 11% usam a forma de pagamento.

30% dos brasileiros dizem desconfiar do WhatsApp Pay

A pesquisa da Mobile Time perguntou o que leva pessoas que têm o WhatsApp a não usarem o WhatsApp Pay. Para 45% dos entrevistados, não há interesse em cadastrar seu cartão e usar a ferramenta. Já 3 em cada 10 responderam que não confiam na plataforma de pagamentos para inserir os dados do cartão.

Gráfico mostra motivos para usuários do WhatsApp não usarem WhatsApp Pay (Imagem: Mobile Time/ Divulgação)

A desconfiança faz parte do uso do principal mensageiro do Brasil para golpes e crimes cibernéticos. O estudo concluiu que 43% dos usuários do WhatsApp já foi vítima de uma das formas mais comuns desses esquemas: um golpista que assumiu sua identidade para pedir dinheiro a parentes ou amigos.

A terceira maior razão para não usar o WhatsApp Pay é…

… não saber que ele existe, aparentemente: 17% dos usuários do WhatsApp não conheciam a ferramenta. No Brasil, país do futebol, o Facebook já promoveu um vídeo com participações de Pelé e Mark Zuckerberg para divulgar o recurso.

Por fim, não possuir qualquer cartão de débito ou de múltipla função (5%) ou ainda das instituições parceiras do WhatsApp Pay (3%) são mais motivos para não usá-lo.

A pesquisa ouviu 2.107 brasileiros donos smartphones de todas as cinco regiões do Brasil, entre os dias 12 e 20 de janeiro de 2022. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais, e a confiabilidade do estudo é de 95%.

Receba mais sobre Brasil na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.

Relacionados