Google Cloud, rival da Amazon, vai dobrar alguns preços — inclusive no Brasil

Em alguns serviços do Google Cloud, preços dobrarão; companhia afirma que fez investimentos significativos em infraestrutura para justificar reajustes

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 4 meses
Google Cloud (imagem: reprodução/Google)
Google Cloud (imagem: reprodução/Google)

Clientes do Google Cloud tiveram uma surpresa desagradável nesta semana: a plataforma de computação nas nuvens anunciou que alguns serviços oferecidos ali passarão por aumento de preços. De vez em quando, isso acontece. O que surpreende aqui é que, em alguns casos, os valores cobrados dobrarão.

À medida que a infraestrutura de serviços nas nuvens é ampliada e a oferta de serviços do tipo aumenta, é comum que as plataformas passem a cobrar menos pelos recursos oferecidos, pois eles ficam mais baratos. Mas, com a medida anunciada na segunda-feira (14), o Google vai na contramão desse movimento.

No blog oficial da plataforma, a companhia inicia a explicação sobre a decisão afirmando que “nos últimos anos, o Google Cloud fez investimentos significativos em nosso portfólio de produtos de infraestrutura”. Esse argumento sugere que, agora, o Google está tentando compensar esses investimentos.

A nova política de preços será acompanhada de novos recursos e alguns ajustes nos serviços da plataforma. O Google comenta até que “muitos clientes poderão adaptar seus portfólios e usos para diminuir custos”.

Mas é inegável que, para boa parte deles — a maioria, provavelmente — a decisão se traduzirá em aumento de gastos.

Assim como outras plataformas de serviços nas nuvens, o Google Cloud segue um modelo de negócio do tipo “pague pelo o que usar”. Por padrão, os preços são estabelecidos em dólar, mas os pagamentos podem ser feitos na moeda local — ou seja, em reais, no caso do Brasil.

Como há dezenas de recursos oferecidos na plataforma, fica difícil listar todos os novos preços aqui. Mas eis alguns exemplos:

  • O serviço Nearline Storage em múltiplas regiões passará de US$ 0,010 para US$ 0,015 por GB ao mês;
  • O Coldline Storage Class A passará de US$ 0,10 para US$ 0,20 (o dobro) para cada 10.000 operações;
  • O recurso de replicação de dados, que antes não tinha custo, custará US$ 0,02 ou US$ 0,08 por gigabyte, dependendo da região.

Pelo menos o limite de saída de rede do programa Sempre gratuito do Cloud Storage vai pular de 1 GB para 100 GB por mês sem cobrança adicional por isso.

Links detalhando os novos preços estão disponíveis nesta página do Google Cloud.

Vale destacar que o Google Cloud é um plataforma com operação global, razão pela qual os reajustes valerão para clientes em todos os países, inclusive no Brasil.

Reajustes serão aplicados em outubro

Sem nenhuma surpresa, o anúncio do ajuste já está deixando clientes preocupados ou aborrecidos, como mostra esta discussão. Alguns já cogitam remover recursos do Google Cloud ou mudar por completo para uma plataforma rival, como Amazon Web Services ou Cloudflare.

Frequentemente, migrações não são uma tarefa fácil. Ao menos o Google anunciou a decisão com mais de seis meses de antecedência, dando tempo para que os clientes ajustem os recursos contratados, migrem de plataforma ou simplesmente aceitem os novos valores — a nova política de preços entrará em vigor a partir de 1º de outubro de 2022.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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