iFood dá aumento a entregadores e prevê ganho de R$ 3 mil mensais por 8h ao dia

iFood aumenta ganhos mínimos do entregador por rota e quilometragem rodado durante entregas; entregador pode ter ganho líquido de 2,5 vezes o salário mínimo

Pedro Knoth
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Paralisação de entregadores de iFood, Rappi e Uber Eats em São Paulo (Foto: Roberto Parizotti/Fotos Públicas - 01/07/20)

O iFood vai aumentar o valor mínimo da rota dos entregadores parceiros, assim como o ganho sobre quilometragem rodada durante entregas. Em nota, a plataforma definiu o reajuste como “de caráter urgente” devido ao aumento de preços dos combustíveis — gasolina e diesel — e da inflação. Com as novas taxas, entregadores que trabalharem oito horas por dia devem ganhar mais de R$ 3 mil por mês.

As mudanças nos ganhos do iFood serão permanentes e vão entrar em vigor a partir de 2 de abril. O aumento faz com que valores mínimos de rota de entrega subam de R$ 5,31 para R$ 6. Enquanto isso, a taxa sobre quilômetro rodado deve aumentar em 50%, indo de R$ 1 para R$ 1,50. O entregador que realizar uma entrega de 10km, por exemplo, passará a ganhar pelo menos R$ 15 — antes, ele faturava R$ 10.

Na avaliação da plataforma, o reajuste ocorre em razão da perda no poder de compra dos entregadores, que passaram a gastar mais com as entregas de pedidos, reabastecimento e manutenção de veículo.

Entregadores podem ganhar 2,5 vezes o salário mínimo

A partir de abril, o entregador que cumprir uma carga horária de trabalho de 169 horas por mês — uma média de aproximadamente oito horas por dia considerando cinco dias úteis — passa a faturar R$ 3.020 brutos mensais. O iFood ressalta que, nesse caso, o autônomo deve ter um ganho líquido de duas vezes e meia acima o salário mínimo e 33% superior ao teto dos motofrentistas.

“Assim, o ganho líquido por quilômetro voltará a se equiparar com os ganhos que eles tinham no passado, mantendo o poder de compra de quando a situação econômica era melhor, sem esse impacto da inflação e da alta dos combustíveis”, disse o iFood em nota.

Claudia Storch, diretora de logística da empresa, diz que o iFood vem acompanhando os desafios do cenário brasileiro e sabe do papel da empresa para gerar mais oportunidades no ecossistema de entregadores. “Revisamos processos, fizemos contas e nos organizamos para poder aumentar os ganhos, em um atual cenário difícil da economia, e minimizar os efeitos da alta de preços no país”, ela comentou.

Os últimos reajustes feitos pelo iFood foram em novembro e, antes disso, em abril de 2021. Na época, também devido à alta nos combustíveis, a plataforma liberou um fundo de R$ 8 milhões, repassado aos parceiros. Além dos indicadores macroeconômicos, o aumento dos ganhos se dá em razão da “dedicação à escuta constante dos entregadores”.

Com o aumento de ganhos, está previsto que sejam repassados mais de R$ 3,2 bilhões para parceiros nos próximos 12 meses. O reajuste será válido para entregadores de todos os modais e não há critérios de elegibilidade ao aumento.

Na semana passada, o iFood firmou uma parceria com a operadora móvel virtual Supernova para oferecer a entregadores um plano de celular sob condições especiais. É uma iniciativa parecida com a da Uber, que vende o Uber Chip em conjunto com a Surf Telecom.

O plano oferecido pelo iFood prevê ligações ilimitadas para qualquer operadora e uso de WhatsApp e Waze gratuito e sem taxas.

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.

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