IBM z16 processa 300 bilhões de operações de inteligência artificial por dia

Novo mainframe da IBM, z16 pode analisar transações para identificar e barrar fraudes com cartão de crédito em tempo real

Emerson Alecrim
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IBM z16 (imagem: divulgação/IBM)

Se engana quem pensa que mainframes não evoluem mais. Nesta terça-feira (5), a IBM fez o anúncio oficial do IBM z16, a sua nova geração de equipamentos do tipo. Com o auxílio de um acelerador de inteligência artificial, a novidade é capaz de analisar milhões de transações em tempo real para prevenir fraudes com cartão de crédito e lidar com várias outras tarefas que exigem resposta imediata.

Se você não está por dentro do assunto, o Tecnoblog conta o que é mainframe aqui, mas eis uma rápida explicação: mainframes são computadores de grande porte e alto desempenho desenvolvidos para processar dados em larga escala.

A IBM projeta mainframes desde a década de 1950, portanto, é uma das pioneiras nessa área. O IBM z16 chega como o sucessor do IBM z15, mainframe que a companhia anunciou em outubro de 2019.

Um dos atrativos da nova versão é o IBM Telum. Esse é o nome de um processador de oito núcleos e 22 bilhões de transistores apresentado pela companhia em 2021 que, além desses recursos, conta com um acelerador de inteligência artificial que adiciona ao chip mais de 6 teraflops de capacidade de processamento.

O que o IBM z16 é capaz de fazer?

Essas e outras características tornam o IBM z16 preparado especialmente para prevenir fraudes no sistema financeiro — mas, sim, dá para empregá-lo em outras aplicações. De acordo com a companhia, isso é possível porque o mainframe “pode processar 300 bilhões de operações de inferência por dia com apenas um milissegundo de latência”.

O que isso quer dizer? Que o IBM z16 tem um desempenho monstruoso! Mas vamos a uma explicação um pouco mais detalhada.

Uma inferência pode ser compreendida como a operação que é realizada por um sistema baseado em redes neurais — conceito intimamente ligado à inteligência artificial — devidamente treinado. O resultado de cada operação consiste em uma previsão que pode ser usada para tomadas de decisão imediatas, por exemplo.

E a latência? Pense nisso como o tempo de resposta que o computador leva para processar a tarefa e entregar o resultado. Quanto menor esse número, melhor.

Em seus testes, a IBM afirma que testou o IBM z16 em uma versão com 48 IFLs (de Integrated Facility for Linux, um tipo de processador dedicado a cargas de trabalho no Linux) e 128 GB de RAM. Tendo o Ubuntu 20.04 como base, o mainframe rodou um sistema de detecção de fraudes em cartões de crédito que pôde processar 300 bilhões de operações de inferência em um único dia, cada uma delas com latência de apenas um milissegundo.

IBM z16 (imagem: divulgação/IBM)
IBM z16 (imagem: divulgação/IBM)

Prevenção de fraudes e mais

Direcionar esforços para a prevenção de fraudes não é mero acaso. Com base em um estudo global da Nilson Report publicado em dezembro de 2021, a IBM destaca que o setor financeiro perdeu mais de US$ 32 bilhões só naquele ano por causa de fraudes com cartão.

Mas o mainframe também encontra utilidade em várias outras aplicações, como já informado. A própria IBM dá alguns exemplos:

  • Aprovação de empréstimos: para acelerar a aprovação de empréstimos empresariais ou de consumo;
  • Compensação e liquidação de valores: para determinar quais negócios e/ou transações podem ter uma exposição de alto risco antes que ocorra a liquidação;
  • Aprendizado federado para varejo: para uma melhor modelagem de risco contra fraudes e roubos.

Por lidar com operações tão críticas, o IBM z16 conta ainda com recursos de segurança para proteção própria. Um deles é o Secure Boot, que impede que invasores injetem malwares no processo de inicialização do mainframe.

Outro é um mecanismo de segurança quântica que tem como alicerce um sistema de criptografia baseado em reticulados (um tipo de estrutura matemática).

As organizações interessadas poderão ter acesso ao IBM z16 a partir de 31 de maio.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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