Hackers conseguem roubar contas antes mesmo de cadastro, descobre pesquisa

Estudo da Microsoft descobre cinco métodos de "pré-sequestro de conta"; hackers usam e-mail da vítima e tomam o controle quando ela se cadastra

Giovanni Santa Rosa
Por
• Atualizado há 7 meses
Hacker (Imagem: B_A/Pixabay)
Hacker (Imagem: B_A/Pixabay)

Ficar preocupado com a segurança das suas contas online é normal. Ficar preocupado com suas contas online que ainda não foram criadas pode parecer estranho, mas não é. Uma pesquisa da Microsoft descobriu ser possível hackear um cadastro antes mesmo de o usuário criá-lo. Dropbox, Instagram, LinkedIn, Wordpress e Zoom são algumas das plataformas vulneráveis a esses ataques.

O chamado account pre-hijacking — algo como “pré-sequestro de conta”, em tradução livre — se aproveita dos muitos vazamentos de e-mails já ocorridos. O responsável pelo ataque pega um destes e-mails e cria uma conta em um site.

Depois, é só esperar o dono do e-mail se cadastrar, ou induzi-lo a isso. Aí, há cinco tipos de ataques que podem ocorrer, dependendo das vulnerabilidades do site.

  • A classic-federated merge (CFM, ou “junção clássica federada”): a plataforma une a conta criada pela vítima com a feita pelo hacker. Como o site dá a opção de single sign-on (autenticação única), o usuário não muda a senha, e o responsável pelo ataque continua com acesso à conta.
  • O unexpired session attack (US, ou “ataque de sessão não-expirada”): o hacker usa um script e segura a sessão ativa após criar a conta. Quando a vítima faz seu cadastro e reseta a senha, aquela sessão pode continuar válida, e o responsável pelo ataque mantém seu acesso.
  • O trojan identifier (TID, ou “trojan identificador”): o hacker faz o cadastro, mas o associa a uma conta sua em um provedor de identificação. Quando a vítima reseta a senha, o responsável pelo ataque continua com acesso.
  • O unexpired email change (UEC, ou “troca de e-mail não-expirada”): o hacker muda o e-mail da vítima para seu próprio, recebe a mensagem para confirmar a troca, mas não clica no link. Quando a vítima redefine a senha, ele confirma a mudança e mantém seu acesso.
  • O non-verifying identity provider attack (NV, ou “ataque de não-verificação do provedor de identidade”): o site não verifica quem é o dono da conta em um provedor de identidade ao criar a conta, permitindo abusos por meio de serviços como Okta ou Onelogin.

Instagram, LinkedIn e Zoom permitiam ataques

Os pesquisadores da Microsoft testaram estes métodos de ataque em diferentes sites. Eles descobriram que o ataque de sessão não-expirada é o mais comum.

Entre as plataformas vulneráveis, alguns nomes se destacam, como Dropbox, Instagram, LinkedIn, Wordpress e Zoom. Todas elas foram informadas dos problemas e a maioria consertou as brechas.

E por que esse tipo de falha é tão comum? Para os responsáveis pelo estudo, o principal motivo é querer simplificar ao máximo o cadastro. Isso facilita a vida do cliente e faz as empresas conseguirem mais usuários. Por outro lado, a segurança acaba comprometida.

Para se proteger, as melhores recomendações são ativar a autenticação multi-fatores e usar a opção de encerrar todas as sessões ativas.

Com informações: Microsoft, Bleeping Computer.

Receba mais sobre Hacker na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

Canal Exclusivo

Relacionados