CEO do Telegram acusa Apple de prejudicar versão web do app para lucrar

Segundo Pavel Durov, a Apple limita o Safari de propósito para forçar usuários a baixarem aplicativos pela App Store, garantindo a comissão de 30%

Murilo Tunholi
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• Atualizado há 9 meses
Telegram
Telegram (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Pavel Durov, CEO do Telegram, criticou abertamente a Apple em seu canal oficial no mensageiro, nesta segunda-feira (13). Segundo o executivo, a Maçã prejudica de maneira proposital a versão web do Telegram no iOS, impedindo que certas funções sejam executadas corretamente. Além disso, Durov afirmou que “desenvolvedores tem reclamado que o Safari está matando a internet”.

A versão web do Telegram foi criada para rodar em navegadores de desktops. Contudo, Durov garante que o software também funciona muito bem em dispositivos móveis, como celulares e tablets. Em iPhones e iPads, no entanto, há limitações em certas funções do mensageiro, de acordo com o CEO.

Na mensagem, Durov destacou que o time responsável pelo desenvolvimento do Telegram Web listou, em abril deste ano, pelo menos 10 falhas que a Apple conhece há anos, mas que se recusa a consertar de propósito. Entre as limitações citadas pelo CEO estão:

  • Ausência de notificações por push;
  • Bugs na interface;
  • Problemas no menu de contexto;
  • Recarregamentos aleatórios;
  • Falta de suporte a figurinhas em vídeos;
  • Falta de suporte a arquivos Opus;
  • Falta de suporte a reações em mensagens;
  • entre outras.

Durov cita taxa da App Store como problema

Durov acredita que a Apple prejudica as versões para web de softwares para forçar usuários a baixarem os aplicativos nativos para iOS pela App Store. Assim, a Maçã consegue cobrar a comissão de 30% sobre qualquer microtransação realizada nos apps.

Essa questão da taxa da App Store, inclusive, levou a Epic Games a processar a Apple e o Google, em 2020. Tanto a criadora de Fortnite quando o CEO do Telegram consideram a prática abusiva e prejudicial para a indústria. Durov ainda comentou que órgãos reguladores estão começando a olhar a situação com mais atenção.

Em seu canal no Telegram, o CEO compartilhou um comunicado emitido pela Competition and Markets Authority (CMA) — Autoridade de Mercado e Competição, em português — do Reino Unido. A mensagem diz o seguinte:

“A Apple proíbe alternativas ao seu próprio navegador em seus dispositivos móveis; uma restrição exclusiva da Apple. A CMA está preocupada que isso limite severamente não só opotencial de navegadores rivais se diferenciarem do Safari (por exemplo, em recursos como velocidade e funcionalidades), como também os incentivos da Apple para investir no motor do programa.

Essa restrição também inibe seriamente a capacidade de aplicativos para a web — aplicativos executados em um navegador em vez de serem baixados individualmente —, privando consumidores e empresas de todos os benefícios dessa tecnologia inovadora”.

Competition and Markets Authority do Reino Unido.

Durov concluiu sua mensagem dizendo: “É triste que, após mais de dez anos da morte de Steve Jobs, a empresa que revolucionou a web móvel se tornou seu maior obstáculo”.

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Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Ex-autor

Jornalista, atua como repórter de videogames e tecnologia desde 2018. Tem experiência em analisar jogos e hardware, assim como em cobrir eventos e torneios de esports. Passou pela Editora Globo (TechTudo), Mosaico (Buscapé/Zoom) e no Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. É apaixonado por gastronomia, informática, música e Pokémon. Já cursou Química, mas pendurou o jaleco para realizar o sonho de trabalhar com games.

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