Para estudar o oceano, MIT criou câmera sem fio e sem bateria

Engenheiros focaram em produzir um aparelho com design simples, mas que funcionasse com peças mais baratas e fosse autossuficiente

Ricardo Syozi
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Câmera wireless MIT
A câmera sem fio do MIT (Imagem: Divulgação / MIT)

Estudos sobre o oceano e toda sua biologia é algo que ainda precisa ser constantemente otimizado. A fim de facilitar o trabalho na hora de adquirir imagens, engenheiros do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) construíram uma câmera wireless e sem bateria. O objeto consome pouca energia debaixo d’água enquanto tira fotos que podem ser reconstruídas posteriormente.

As informações foram divulgadas em um documento no Nature Communications. O aparelho consegue tirar fotos coloridas de objetos remotos submersos e transmitir os dados para monitoramento em tempo real de ambientes subaquáticos. Tudo isso em situações diversas, mesmo em ambientes escuros.

Os objetivos são muitos, mas incluem a descoberta de espécies raras, monitoramento da corrente oceânica e da poluição, além de acompanhamento de operações comerciais e militares.

Segundo os autores da invenção, essa criação é mais do que necessária:

Apesar dos avanços na imagem subaquática, a maioria dos organismos marinhos e oceanos permanece desconhecida e sem ser observada. Os métodos existentes para fotos e vídeos subaquáticos são inadequados para observações escaláveis, de longo prazo, isso porque requerem fios e similares para energia e comunicação.

Com isso, os engenheiros do MIT trabalharam para desenvolver um projeto que usaria o mínimo de peças possível, mas que seria autossuficiente. A equipe criou um protótipo para realizar testes distintos com o intuito de provar a funcionalidade do objeto. Deu certo.

Peças baratas e tecnologia não convencional

Mantendo o planejamento de produzir uma câmera wireless, sem bateria, mas que tirasse fotos de qualidade, o time fez um design simples e funcional.

A primeira solução foi a de usar LEDs nas cores azul, vermelho e verde. Assim, o equipamento usa o LED vermelho para a iluminação e faz a captura da imagem com seus sensores. O processo ocorre novamente com as outras duas cores. Com a mescla, é possível reconstruir a foto totalmente colorida em um pós-processamento.

Já no quesito energia, ao invés de uma bateria convencional, o projeto usa uma tecnologia de retrodifusão que permite a comunicação embaixo d’água. Ela é conhecida como “piezo-acoustic backscatter”, modulando reflexos de sons subaquáticos incidentes para transmitir dados, um bit por vez.

Câmera sem fio MIT
Representação do funcionamento da câmera (Imagem: Divulgação / MIT)

Nas estimativas dos autores do projeto, o equipamento é cerca de 100 mil vezes mais eficiente em relação à energia do que aparelhos similares ou com o mesmo propósito. Além disso, a câmera wireless do MIT conseguiria funcionar por semanas debaixo d’água.

Com informações: ARS Technica.

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Ricardo Syozi

Ricardo Syozi

Ex-autor

Ricardo Syozi é jornalista apaixonado por tecnologia e especializado em games atuais e retrôs. Já escreveu para veículos como Nintendo World, WarpZone, MSN Jogos, Editora Europa e VGDB. No Tecnoblog, autor entre 2021 e 2023. Possui ampla experiência na cobertura de eventos, entrevistas, análises e produção de conteúdos no geral.

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