Netflix põe fim às expectativas e deixa de divulgar projeção de número de assinantes

A partir do primeiro trimestre de 2023, empresa não fará mais uma estimativa de suas contas pagantes; receita passa a ser a principal métrica do streaming

Paula Alves
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Netflix

Na última terça-feira (18), a Netflix divulgou seu relatório financeiro do terceiro trimestre de 2022. Além dos dados numéricos apresentados, uma novidade ganhou destaque na carta feita aos investidores: a partir do primeiro trimestre de 2023, a plataforma não irá mais divulgar sua estimativa de assinantes. Segundo a empresa, com a introdução de novos ganhos financeiros, receita se torna a principal métrica do streaming.

Apesar da mudança, a plataforma fez questão de frisar que outros dados numéricos sempre fornecidos pela companhia continuarão a ser reportados. O que quer dizer que continuaremos a saber quantos assinantes o streaming possui, não contando apenas com a projeção de usuários para os próximos períodos.

Além disso, informações como orientação para receita, lucro operacional, margem operacional, lucro líquido, EPS e ações diluídas em circulação para o trimestre seguinte também continuarão a ser informados por relatórios para os investidores.

Letreiro da Netflix em prédio (Imagem: Cameron Venti/Unsplash)
Letreiro da Netflix em prédio (Imagem: Cameron Venti/Unsplash)

A escolha por não divulgar mais essas projeções acontece logo após a empresa enfrentar um período de queda brusca de contas pagantes.

O primeiro tombo veio no começo de 2022, quando o serviço perdeu 200 mil assinantes, mas o ápice aconteceu de fato no segundo trimestre, quando quase 1 milhão de usuários cancelaram suas assinaturas do streaming.

Segundo a Netflix, no entanto, a decisão de pôr fim às expectativas sobre o assunto está ligada as novas receitas implementadas pelo serviço, que contará agora com outras formas de ganhar dinheiro, por meio de anúncios e contas compartilhadas.

Plano com anúncios e taxação de contas compartilhadas

Anunciado já há algum tempo e em teste em alguns países, o plano básico com anúncios da plataforma chegará ao Brasil em 3 de novembro. E, como o próprio nome sugere, será um pacote de assinatura mais barato (R$ 18,90), que contará com propagandas exibidas com média de 4 a 5 minutos por hora.

Além dele, o serviço também pretende ganhar dinheiro com seu novo método de taxação de contas compartilhadas.

Ainda sem data oficial para chegar no Brasil, já se sabe, no entanto, que ele cobrará uma tarifa de usuários que compartilham suas contas com pessoas que moram em outra residência. Encargo esse que, de acordo com testes realizados na América Latina, pode variar entre R$ 9 e R$ 16.

Netflix (Imagem: Mollie Sivaram/Unsplash)
Netflix (Imagem: Mollie Sivaram/Unsplash)

Assim, com a introdução dessas modalidades, o número de assinantes da plataforma passa a ser apenas mais um dos componentes de seus ganhos financeiros, colocando a receita da empresa como a principal nova métrica do streaming.

Netflix ganhou assinantes no terceiro trimestre

Afora a novidade sobre a projeção de assinantes, o relatório da Netflix também divulgou números importantes alcançados pela companhia.

Superando as estimativas feitas na última carta aos investidores, que apontavam o crescimento de 1 milhão de assinantes, a Netflix registrou nada menos do que 2,41 milhões de novos usuários pagantes no terceiro trimestre. Sendo destes, 104 mil deles apenas nos Estados Unidos e Canadá.

Com essa recuperação, a plataforma chega a 223 milhões de clientes e projeta dados esperançosos para o próximo trimestre, com a expectativa de que mais de 4,5 milhões de novos usuários se juntem ao streaming.

Destacando a repercussão de séries como Dahmer: Um Canibal Americano e os episódios finais da quarta temporada de Stranger Things, o relatório da empresa teve um impacto positivo em Wall Street, fazendo com que as ações da Netflix subissem na manhã desta quarta-feira (19).

Com informações: Netflix

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Paula Alves

Paula Alves

Repórter

Paula Alves é jornalista especialista em streamings e cultura pop. Formada pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), antes do Tecnoblog, trabalhou por sete anos com jornalismo impresso na Editora Alto Astral. No digital, escreveu sobre games e comportamento para a Todateen e sobre cinema e TV para o Critical Hits. Apaixonada por moda, já foi assistente de produção do SPFW.

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