Quer ser criador de conteúdo? Veja como TikTok e outras redes dividem os ganhos

Cada vez mais, usuários têm utilizado dessas ferramentas para ganhar dinheiro; Twitch anunciou que vai mudar a forma como divide a receita dos anúncios

Yan Avelino
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Todos os dias, mais e mais pessoas usam as redes sociais no mundo inteiro. Segundo um levantamento da Statista, somente neste ano, as plataformas passaram dos 4,5 bilhões de usuários — número que pode chegar a 6 bi em 2027. Muito além do seu uso comum, criadores usufruem dessas ferramentas para ganhar dinheiro. Mas, afinal, quanto é possível receber do TikTok, do Instagram ou do YouTube?

Em meio a uma crise global, é improvável que muitos não já tenham pensado em despontar na carreira de influenciador ou tentado viralizar nos aplicativos para ganhar uma renda extra — ou, quem sabe, a principal. Por isso, muitas plataformas têm incentivado seus criadores, pagando-lhes uma parte dos anúncios exibidos em seus conteúdos.

O TikTok, por exemplo, fica com 50% da receita das propagandas; os outros 50% são para usuários verificados, isto é, aqueles com 100 mil seguidores ou mais. A plataforma os paga por meio do programa Pulse, que começou a funcionar em maio passado.

Novo rival do TikTok, recentemente, o YouTube anunciou que vai dividir a receita de anúncios com quem cria Shorts a partir de janeiro de 2023. Contudo, ele vai pagar um pouco menos do que seu concorrente: 55% ficará com a empresa; 45% será para os usuários. Para quem produz vídeos longos, nada muda: continuará recebendo 55%.

O Instagram, da Meta, também compartilhava parte do faturamento dos anúncios exibidos durante vídeos, mesmo retendo 55% para si. Em fevereiro passado, contudo, a rede social decidiu interromper esse modelo de negócios para focar nos Reels.

Por ora, apenas o Facebook continua pagando 45% da receita com propagandas aos criadores, desde que eles sejam exibidos durante os vídeos e nos Reels exibidos na plataforma.

O Snapchat, por sua vez, não divulga qual a porcentagem dos ganhos com comerciais divide com seus criadores. Contudo, de acordo com uma reportagem da Variety, o app pode ter pago mais de US$ 250 milhões para mais de 12 mil usuários no programa Spotlight apenas em 2021.

Twitch era a plataforma que melhor pagava, porém…

Duramente criticada, a Twitch anunciou que vai mudar a forma como divide a receita com streamers.

A partir de junho de 2023, quem tiver um melhor desempenho continuará recebendo 70% e a plataforma manterá a retenção de 30%. Eis o “pulo do gato”: isso vale apenas para os primeiros US$ 100 mil que eles acumularem. Depois, a divisão fica igual: 50/50.

Pegos de surpresa, os criadores começaram a expressar tamanha insatisfação em lives e em outras redes sociais. Eles, na verdade, sentiam que a Twitch estava “cortando” seus salários em 20% enquanto investia milhões em celebridades na TwitchCon.

Fato é: quando o assunto é sobre divisão de receitas, criadores não têm muita estabilidade. A depender de como esteja o ambiente econômico global ou, até mesmo, de uma empresa, as taxas podem sofrer alterações mais frequentes que o normal — e nem sempre elas vêm de forma clara.

Vine foi descontinuado em 2017 (Imagem: Divulgação/Vine)
Vine foi descontinuado em 2017 (Imagem: Divulgação/Vine)

O finado Vine é um exemplo dessa instabilidade no programa de anúncios. Depois de ser comprado pelo Twitter, em 2016, a empresa anunciou que o encerraria por não conseguir dar suporte aos criadores de conteúdo.

Na época, a companhia explicou que a decisão se deu devido por causa dos concorrentes que estavam surgindo, da falta de monetização e das (poucas) opções de publicidade.

É justamente diante dessa incerteza que os criadores buscam diversificar seus ganhos, seja apostando em programas de afiliados ou contratos de publicidade diretamente com as marcas.

Com informações: Digiday e Statista

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Yan Avelino

Yan Avelino

Ex-autor

Yan Avelino é natural de Recife (PE) e estuda Jornalismo na UNINASSAU. Foi repórter do Portal Tracklist em 2020 e do MacMagazine, onde cobriu a WWDC em 2021. Também passou pela TV Guararapes, emissora afiliada à RecordTV em Pernambuco, atuando como produtor de reportagem da versão local do Cidade Alerta. No Tecnoblog, foi autor em 2022.

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