Lucro da Alphabet cai US$ 4 bi, e YouTube ganha US$ 100 mi a menos com anúncios

Dona do Google tem margem de lucro 7 pontos percentuais menor; cancelamento do Stadia e corte de projetos experimentais são remédios para conter gastos

Giovanni Santa Rosa
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A Alphabet, dona do Google e do YouTube, publicou nesta terça-feira (25) os resultados financeiros do trimestre encerrado em 30 de setembro de 2022. Os números foram desapontantes: as receitas de propaganda no YouTube caíram, o crescimento do faturamento desacelerou e o lucro encolheu.

As receitas das propagandas do YouTube caíram de US$ 7,205 bilhões, no terceiro trimestre de 2021, para US$ 7,071 bilhões, no mesmo período em 2022. Segundo a Bloomberg, os analistas do mercado financeiro estimavam US$ 400 milhões a mais do que os números divulgados.

Outro número que preocupa é o do crescimento. De 2020 para 2021, as receitas tiveram um salto de 41%; de 2021 para 2022, apenas 6%.

Este é o pior crescimento desde 2013, excluindo uma queda em 2020, em meio à pandemia de COVID-19.

O lucro operacional da empresa também teve uma redução, passando de US$ 21,031 bilhões para US$ 17,135 bilhões. A margem passou de 32% para 25%.

Mesmo as boas notícias têm um lado ruim. O Google Cloud chegou a US$ 6,868 bilhões de faturamento, um crescimento importante em relação aos US$ 4,990 bilhões do terceiro trimestre de 2021. Porém, o prejuízo desse setor da empresa aumentou, passando de US$ 644 milhões para US$ 699 milhões.

Alphabet corta custos e produtos

No comunicado à imprensa, o CEO da Alphabet e do Google, Sundar Pichai, diz que a empresa está concentrando seus esforços em um conjunto claro de prioridades de produtos e negócios. Ele menciona novas maneiras de monetizar os Shorts, formato de vídeos curtos do YouTube, semelhantes ao TikTok.

Foco e eficiência parecem ser mesmo as palavras-chave do Google para lidar com essa queda nos lucros.

A Area 120, incubadora para projetos experimentais, pretende eliminar metade dos empreendimentos, e os funcionários terão que encontrar novas funções na empresa até janeiro de 2023.

Além desses cortes, a empresa colocou o pé no freio para contratações; novos funcionários, só para áreas de alto nível de prioridade. As incertezas da economia são um dos motivos para essa política.

O fim do Stadia e o cancelamento da próxima versão do laptop Pixelbook também entram nessa lista de medidas para conter gastos e se concentrar no que dá dinheiro.

E até nisso está difícil: a publicidade é a principal fonte de faturamento do Google, mas os investimentos dos anunciantes desaceleraram nos últimos trimestres. Com a alta na inflação e nas taxas de juros, as empresas estão com medo de abrir a carteira.

Com informações: CNBC, Yahoo Finance

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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