Em meio a críticas, C6 Bank lista recursos de segurança para clientes

Líder em reclamações no Banco Central, C6 Bank divulga recursos de segurança; fintech permite ocultar saldo de investimentos ao acessar app fora de casa

Lucas Braga
Por
C6 Bank

Com tantos bancos e fintechs, a concorrência no mercado bancário é muito alta e a disputa não se resume a tarifas ou benefícios: com o aumento nos golpes e roubos digitais, a segurança é um fator cada vez mais considerado na hora de escolher onde deixar o dinheiro. Em meio a diversas críticas por fraudes e reclamações, o C6 Bank divulgou os recursos de proteção utilizados pelo banco.

C6 Bank tem histórico de fraudes e reclamações

O C6 Bank tem passado por uma tempestade nos últimos meses, e por isso a segurança da fintech é questionada por várias pessoas. Por conta de uma fraude, o banco sofreu um golpe que desviou R$ 23 milhões por uma brecha no sistema de investimentos.

O banco também teve golpes aplicados por funcionários de empresas terceirizadas, que fizeram um esquema de rachadinha com clientes do C6 Bank. A instituição financeira teve mais de R$ 50 milhões desviados.

Além de problemas com golpes, o C6 Bank lidera o ranking de reclamações do Banco Central. Clientes da fintech também relataram demora na liberação do dinheiro após terem a conta encerrada pela instituição sem aviso prévio.

Os problemas de segurança do C6 Bank também ultrapassam os sistemas bancários: a fintech recentemente teve seu perfil do Twitter hackeado. O nome e a foto do perfil foram alterados na rede social, e o invasor publicou diversos tweets sobre uma suposta plataforma de NFTs.

Os recursos de segurança do C6 Bank

O C6 Bank listou diversos recursos de segurança, mas vários podem ser encontrados em outros bancos — incluindo uma cartilha com dicas de prevenção.

Dentre as soluções informadas, o C6 Bank promete o bloqueio imediato do smartphone e cartão pela central de atendimento. Em caso de perda ou roubo, basta ligar para o banco, digitar o CPF e senha e acionar uma opção relacionada. O bloqueio é feito de forma automática, antes mesmo da ligação ser transferida para um atendente humano.

Cartão do C6 pagando por aproximação em maquininha
Cartão do C6 pode ser bloqueado de forma automática pela central (Imagem: Divulgação / C6 Bank)

“Locais Seguros” protege investimentos fora de casa

Um dos recursos ressaltados pelo C6 Bank é a função de Locais Seguros. A função foi lançada em agosto, e permite que o cliente escolha os lugares geográficos que os investimentos podem ser exibidos no aplicativo. Ao se distanciar das áreas determinadas, a carteira aparece zerada e fica impossibilitada de fazer transações. É possível cadastrar quantos locais quiser, mas é necessário aguardar uma janela de três dias para validação do banco.

A funcionalidade lembra o recém-lançado Modo Rua do Nubank, que limita transações bancárias para redes Wi-Fi consideradas seguras pelo usuário. No entanto, o recurso do C6 Bank se refere apenas a investimentos e não limita transações de valores da conta corrente, por exemplo.

Uso de biometria para dificultar acesso indevido

O C6 Bank dá três utilidades para o uso de biometria facial: ela serve para a abertura de conta, ativação de um novo smartphone para autorização de transações. No primeiro caso, o banco compara o reconhecimento do aplicativo com a foto do documento escaneado, permitindo conferir se o novo cliente é ele mesmo.

A biometria também é exigida pelo C6 Bank na troca de smartphone. Ao acessar pela primeira vez em um novo aparelho, o correntista deverá passar pelo processo de ativação de dispositivo seguro. Além de digitar a senha, é necessário fazer o reconhecimento facial para liberar a instalação do token, que é automaticamente desabilitado no dispositivo anterior.

Já a biometria para transações financeiras pode ser solicitada ao fazer Pix, TEDs, TEFs ou pagamentos de valores. Caso o sistema identifique uma pessoa diferente do dono da conta, o aplicativo é desativado permanentemente naquele smartphone — útil ao ter o aparelho roubado, por exemplo.

O ruim é que o banco não permite controlar quando a biometria facial para transações deve ser solicitada — eu gostaria que fossem em todas as transações, por exemplo. Segundo o C6 Bank, essa camada de proteção é acionada “de acordo com regras pré-estabelecidas pelo banco, que reúne uma série de variáveis”.

Mudança do limite do Pix

O C6 Bank também destaca seu gestor de limite do Pix: o usuário pode determinar a quantia máxima para transações instantâneas, mas a alteração só é aplicada pelo banco após 24 horas. Nas sextas-feiras, sábados ou véspera de feriado, é necessário aguardar o próximo dia útil.

No entanto, esse recurso não é um diferencial do C6 Bank. Trata-se de uma exigência do Banco Central, e todas as instituições financeiras do Brasil devem ter uma função similar.

Gerenciamento de cartões pelo app

O banco também considera funções do seu aplicativo como itens de segurança. O C6 Bank ressalta a possibilidade de bloquear o cartão de crédito pelo próprio app, o que pode agilizar a tomada de providências em caso de perda ou roubo do plástico.

O C6 Bank também destaca a funcionalidade de cartão virtual para fazer compras online com maior segurança, uma vez que o código de verificação é atualizado periodicamente.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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